PUBLICIDADE

Mundo

Tribunal avaliará ação de procuradores que investigam Renzi

Senadores concluíram que houve conflito de interesses

23 fev 2022 - 08h58
(atualizado às 09h04)
Compartilhar
Exibir comentários

O Senado da Itália aprovou nesta terça-feira (22) o pedido para que a Corte Constitucional do país verifique se os procuradores de Florença tiveram conflito de interesses e violaram os direitos parlamentares do senador e ex-premiê Matteo Renzi em um processo por financiamento ilícito.

Renzi teve vitória no Senado sobre investigação
Renzi teve vitória no Senado sobre investigação
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Por 167 votos a favor e 76 contra, os senadores concordaram com a defesa do líder do Itália Viva sobre o uso e a divulgação de mensagens apreendidas durante a investigação. Como Renzi é parlamentar, as comunicações que envolvam o político devem ser solicitadas formalmente para o Senado para serem usadas no processo - mas os procuradores não fizeram isso.

Entre os documentos divulgados, está uma carta enviada pelo pai do senador, Tiziano, que foi tornada pública.

"Quem diz que estamos na presença de uma tentativa de um senador de se afastar do processo mente sabendo que está mentindo. Isso não tem nada a ver com a situação do imputado, não muda nada no processo que me atinge. Estamos aqui porque combatemos uma batalha de civilidade jurídica e de dignidade da política. Aqui falamos de Constituição", disse Renzi aos senadores.

Segundo o ex-premiê, "não é permitido a ninguém violentar a vida das pessoas pensando que isso seja certo" e "todos somos iguais perante a lei e a impunidade não é permitida a ninguém, nem aos procuradores".

Com exceção de uma parte do Movimento 5 Estrelas (M5S), todos os partidos que foram a base do governo votaram a favor do envio da situação ao tribunal. Até mesmo o maior dos rivais de Renzi na política, o líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, foi favorável à decisão.

"A difusão da carta de um pai é um ato indigno de um país civil e alguém precisará pagar por esse erro", disse Salvini ressaltando que seus embates com o ex-premiê ficam no campo político.

O ex-premiê Renzi e outras 10 pessoas são investigadas por conta de supostas irregularidades na gestão dos financiamentos da Fundação Open. Entre os crimes apontados contra o grupo, que inclui a ex-ministra e deputada Maria Elena Boschi e o deputado Luca Lotti, estão o financiamento ilícito de campanha, tráfico de influência, corrupção, emissão de faturas para operações inexistentes e autolavagem de dinheiro.

A audiência preliminar na Justiça sobre o caso havia sido marcada para abril, mas agora deve ser adiada por conta da análise do tribunal constitucional. .

Ansa - Brasil   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade