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Theresa May defende acordo do Brexit, mas adversários planejam moção de rejeição

16 nov 2018 - 16h20
(atualizado às 16h32)
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A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, conquistou o apoio do mais destacado defensor do Brexit de seu governo nesta sexta-feira enquanto luta para salvar um esboço de acordo com a União Europeia que desencadeou um complô para tirá-la do cargo.      

Primeira-ministra britânica, Theresa May, dá entrevista coletiva em residência oficial em Londres
15/11/2018 Matt Dunham/Pool via Reuters
Primeira-ministra britânica, Theresa May, dá entrevista coletiva em residência oficial em Londres 15/11/2018 Matt Dunham/Pool via Reuters
Foto: Reuters

Mais de dois anos depois de o Reino Unido votar pela desfiliação da UE, ainda não está claro como, em que termos ou mesmo se o país deixará o bloco tal como planejado em 29 de março de 2019.

Poucas horas depois de anunciar que seus ministros do primeiro escalão endossaram coletivamente o pacto, o cargo de May foi posto em xeque como nunca antes quando seu secretário para o Brexit, Dominic Raab, renunciou na quinta-feira em protesto contra o acordo.

Outros parlamentares amotinados de seu próprio partido falaram abertamente em substituí-la e lhe disseram com todas as letras que seu acordo não passará no Parlamento.

Mas May, que prometeu em tom desafiador que permanecerá no cargo, recebeu um apoio raro nesta sexta-feira quando Michael Gove, o maior defensor do Brexit em seu gabinete, disse que continuará como ministro do Meio Ambiente.

Indagado se confia em May, Gove, que ficou famoso por minar a tentativa do ex-chanceler Boris Johnson de assumir a liderança em 2016, disse aos repórteres: "Absolutamente".

"Acho que é absolutamente vital que nos concentremos em obter o acordo certo no futuro e fazer com que, nas áreas que importam tanto ao povo britânico, consigamos um bom desfecho", disse Gove, de 51 anos, um sucessor em potencial de May.

O ministro do Comércio, Liam Fox, outro defensor destacado do Brexit, fez coro com Gove e apoiou May - mas seu futuro continua incerto.

A primeira questão que ela enfrentou em um programa da rádio LBC ao defender seu acordo foi de um ouvinte que lhe pediu que "se retire respeitosamente", mas ela não respondeu de imediato a essa parte da pergunta.

Stephen Barclay, seu pouco conhecido ministro da Saúde, foi nomeado como novo secretário para o Brexit, mas o ocupante do cargo não terá o status de negociador-chefe, e May comandará a finalização das conversas com a UE.

Em Londres, políticos, autoridades e diplomatas questionaram explicitamente quanto tempo May ainda tem, e já se especula que em breve pode surgir uma disputa pela liderança.

O vice de fato da premiê, David Lidington, disse que ela venceria uma moção de rejeição, na qual só precisaria de uma maioria simples dos votos totais dos parlamentares para vencer.

Bruxelas e Londres precisam de um acordo para manter o fluxo comercial entre o maior bloco comercial do mundo e o Reino Unido, lar do maior centro financeiro internacional.

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