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Testemunha crucial depõe em inquérito de impeachment; parlamentares refutam "linchamento" de Trump

22 out 2019 - 17h22
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Enquanto outro diplomata de carreira comparecia nesta terça-feira para depor no inquérito de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a respeito de suas tratativas com a Ucrânia, Trump se classificou como vítima de um "linchamento", comentário que ressuscitou um capítulo doloroso das relações raciais no país e logo foi repudiado por diversos parlamentares.

Presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca
11/10/2019 REUTERS/Yuri Gripas
Presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca 11/10/2019 REUTERS/Yuri Gripas
Foto: Reuters

William Taylor, que como encarregado de negócios é o principal enviado dos EUA à Ucrânia, passou ao largo dos jornalistas sem responder perguntas enquanto seguia para o Capitólio para um depoimento a portas fechadas a três comitês da Câmara dos Deputados liderados por democratas que comandam o inquérito de impeachment.

O comparecimento de Taylor assinala outro desdobramento crucial do drama político que se desenrola em Washington - que se concentra no pedido do presidente republicano para a Ucrânia investigar o rival político democrata Joe Biden - e que ameaça o mandato de Trump no momento em que Trump inicia a busca pela reeleição em 2020.

Um dia depois de pedir aos seus colegas republicanos que sejam mais duros ao defendê-lo do inquérito, Trump atiçou uma polêmica ao escrever no Twitter: "Todos os republicanos precisam lembrar o que estão testemunhando aqui - um linchamento. Mas VENCEREMOS!"

Parlamentares afro-norte-americanos e outros criticaram Trump pelo comentário por causa do histórico de linchamento de pessoas negras no país, particularmente em Estados outrora escravagistas do sul.

"O linchamento é uma mancha repreensível na história desta nação, como é este presidente. Jamais apagaremos a dor e o trauma do linchamento, e invocar essa tortura para camuflar sua própria corrupção é vergonhoso", escreveu a senadora Kamala Harris, uma pré-candidata presidencial democrata, no Twitter.

Mas o senador republicano Lindsey Graham, cujo Estado-natal da Carolina do Sul tem uma grande população negra, defendeu a linguagem de Trump, dizendo que "isto é um linchamento em todos os sentidos. Isto é antiamericano".

O governo Trump não tem cooperado com o inquérito de impeachment - ao invés disso, vem tentando bloquear depoimentos e documentos. O Comitê de Inteligência da Câmara emitiu uma intimação para forçar o testemunho de Taylor depois que o Departamento de Estado o orientou a não comparecer, disse uma autoridade envolvida no inquérito.

Hakeem Jeffries, presidente da bancada democrata da Câmara, fez um apelo para que Trump peça desculpas pelo comentário, e até alguns republicanos rechaçaram sua linguagem.

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