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Terremoto mais recente na Coreia do Norte indica instabilidade em local de testes nucleares, dizem especialistas

13 out 2017 - 09h01
(atualizado às 10h17)
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Uma série de tremores e deslizamentos de terra perto da base de testes nucleares norte-coreana de Punggye-ri provavelmente significa que a sexta e maior detonação do regime desestabilizou a região, e o local pode não ser usado para testar armas nucleares por muito tempo, disseram especialistas.

Torre de segurança no distrito norte-coreano de Namyang 15/12/2015 REUTERS/Jacky Chen
Torre de segurança no distrito norte-coreano de Namyang 15/12/2015 REUTERS/Jacky Chen
Foto: Reuters

Um pequeno terremoto foi detectado na madrugada desta sexta-feira perto do local dos testes, informou a agência do clima da Coreia do Sul, mas, ao contrário de outros sismos associados com testes nucleares, este não pareceu ter origem humana.

O tremor foi o mais recente de uma sequência de ao menos três que foram observados desde o teste nuclear de 3 de setembro realizado por Pyongyang, que causou um terremoto de magnitude 6,3.

O sismo desta sexta-feira teve magnitude 2,7 e ocorreu a uma profundidade de 3 quilômetros na província de Hamgyong do Norte, disse a Agência Meteorológica da Coreia do Sul. O Instituto Geológico dos Estados Unidos estimou a magnitude em 2,9, a uma profundidade de 5 quilômetros.

A série de terremotos fez especialistas e observadores suspeitarem que o teste mais recente --que a Coreia do Norte diz ter sido de uma bomba de hidrogênio-- pode der danificado a localidade montanhosa no extremo noroeste do país, onde todos os seis testes nucleares norte-coreanos foram realizados.

"A explosão do teste de 3 de setembro foi tão potente que os túneis existentes dentro do local de teste subterrâneo podem ter desmoronado", disse Kim So-gu, pesquisador-chefe do Instituto Sismológico da Coreia.

"Acho que agora a região de Punggye-ri está bastante saturada. Se fizerem mais um teste nesta área, há o risco de poluição radioativa".

De acordo com o 38 North, um projeto sediado em Washington que monitora a Coreia do Norte, vários deslizamentos de terra ocorridos ao longo do local dos testes foram detectados por meio de imagens de satélite depois do sexto teste. Estes distúrbios foram mais numerosos e disseminados do que aqueles vistos depois de qualquer um dos testes anteriores, afirmou o 38 North.

A explosão resultante do sexto teste foi tão forte que os moradores da cidade chinesa fronteiriça de Yanji, 200 quilômetros ao norte do local dos testes norte-coreanos, sentiram o chão tremer debaixo dos pés.

"A razão de Punggye-ri ter se tornado o campo de testes da Coreia do Norte é esta área ser considerada estável e ter visto tremores raramente no passado", afirmou Hong Tae-kyung, professor de ciência do sistema terrestre da Universidade Yonsei de Seul. "Os pequenos terremotos indicam que o teste pode ter desencadeado uma deformação da crosta".

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