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Tentativa de invasão de manifestantes iraquianos a consulado do Irã deixa 3 mortos

4 nov 2019 - 09h25
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Forças de segurança do Iraque abriram fogo contra uma multidão que tentava invadir o consulado do Irã na cidade xiita sagrada de Kerbala de madrugada e mataram três pessoas, disseram fontes médicas e de segurança nesta segunda-feira.

Manifestantes tentam invadir consulado do Irã em Kerbala, no Iraque
03/11/2019
REUTERS/Stringer
Manifestantes tentam invadir consulado do Irã em Kerbala, no Iraque 03/11/2019 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

Incendiando pneus e bradando "Fora, Irã, Kerbala continua livre", a multidão se reuniu diante do consulado na noite de domingo.

"Viemos aqui hoje para nos rebelar e protestar diante do consulado iraniano. Viemos abaixar a bandeira iraniana e hastear a bandeira iraquiana em seu lugar", disse um manifestante em Kerbala que se recusou a ser identificado.

A Alta Comissão de Direitos Humanos do Iraque (IHCHR) confirmou as mortes, dizendo que três pessoas faleceram devido a ferimentos de tiro. Uma dezena ficou ferida, incluindo forças de segurança, disse.

O IHCHR disse que a multidão tentou invadir o consulado, e as forças de segurança disseram que as pessoas tentaram incendiá-lo.

Nesta segunda-feira, milhares de manifestantes anti-governo haviam se reunido no centro de Bagdá, desafiando o pedido do primeiro-ministro para que encerrem os protestos que ele afirma estarem custando bilhões de dólares à economia do país e transtornando o cotidiano.

Os protestos irromperam em Bagdá no dia 1o de outubro, após quase dois anos de estabilidade relativa no Iraque, e se espalharam para o centro do sul xiita empobrecido. Mais de 250 pessoas já morreram.

Apesar da riqueza petrolífera, muitos cidadãos vivem na pobreza e têm acesso limitado a água limpa, eletricidade, serviços básicos de saúde e educação.

"A juventude vem suportando penúrias econômicas, explosões, opressão. Queremos extirpar completamente esta elite política. Queremos nos livrar desta gangue, depois talvez possamos descansar", disse um manifestante que não quis se identificar. Ele acampou na Praça Tahrir da capital de madrugada.

Na noite de domingo, o premiê, Adel Abdul Mahdi, apelou aos manifestantes para suspenderem seu movimento, que disse ter alcançado seus objetivos e estar prejudicando a economia.

Ele disse estar disposto a renunciar se os políticos concordarem a respeito de um substituto e prometeu uma série de reformas, mas os manifestantes dizem que isso não basta e que toda a classe política deve sair.

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