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Mundo

Talibã vai de porta em porta orientar a população

Grupo extremista pede para que os afegãos retornem ao trabalho

18 ago 2021 - 14h35
(atualizado às 14h57)
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Integrantes armados do Talibã bateram de porta em porta em cidades de todo o Afeganistão, nesta quarta-feira, orientando moradores assustados a voltarem a trabalhar, disseram testemunhas, um dia depois de os militantes anunciarem que querem ressuscitar a economia combalida do país.

A destruição abrangente dos 20 anos de guerra entra forças governamentais apoiadas pelos Estados Unidos e o Taliban, a redução do consumo doméstico causada pela partida de tropas estrangeiras, uma moeda em queda e a falta de dólares estão alimentando a crise econômica afegã.  

Waheedullah Hashimi, comandante do Taliban, durante entrevista à Reuters em local não revelado perto da fronteira Afeganistão-Paquistão
17/08/2021
REUTERS/Stringer
Waheedullah Hashimi, comandante do Taliban, durante entrevista à Reuters em local não revelado perto da fronteira Afeganistão-Paquistão 17/08/2021 REUTERS/Stringer
Foto: Reuters

Na terça-feira, em sua primeira coletiva de imprensa desde que tomou a capital Cabul, o Talibã prometeu paz e prosperidade e pareceu descartar as regras anteriores de proibição do trabalho feminino, mas muitas pessoas continuam desconfiadas.

Wasima, de 38 anos, disse que ficou chocada quando três membros do Talibã portando armas visitaram sua casa em Herat, cidade do oeste do país, na manhã desta quarta-feira. Eles anotaram suas informações pessoais, perguntaram sobre seu emprego em uma organização humanitária e seu salário e a instruíram a voltar ao trabalho, disse ela.

Doze pessoas disseram à Reuters que houve visitas não anunciadas do Talibã nas últimas 24 horas, de Cabul a Lashkar Gah, no sul, e Mazar-i-Sharif, no norte.

Além de incentivar as pessoas a trabalharem, algumas dela disseram ter sentido que as verificações pretenderam intimidar e instilar medo da nova liderança.

"O Talibã disse que as mulheres deveriam trabalhar, mas sei de maneira comprovada que as oportunidades encolherão", disse Wasima.

Redação Cabul; reportagem adicional de Rupam Jain

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