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Suposto ataque químico deixa dezenas de mortos na Síria

Rebeldes atribuem a ação a Assad, mas Damasco nega

8 abr 2018 - 10h11
(atualizado às 10h57)
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Dezenas de pessoas morreram em um suposto ataque químico em Duma, fortaleza dos rebeldes na região de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco, capital da Síria. As estimativas variam, mas vão de 70 vítimas, segundo a "Al Jazeera", a 100, de acordo com a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Duma, Síria
Duma, Síria
Foto: Google Maps / Reprodução

Além disso, outras dezenas de pessoas ficaram feridas, muitas delas em estado grave. O primeiro relato do ataque foi feito pelos White Helmets (Capacetes Brancos), ONG de defesa civil que atua em áreas do território sírio controladas pela oposição.

"Neste momento, estamos cuidando de mais de mil casos de pessoas com dificuldades para respirar depois que uma bomba de cloro foi jogada sobre a cidade", afirmou Moayed al Dayrani, morador de Duma e médico voluntário, para a "Al Jazeera".

A cidade é o último reduto dos rebeldes em Ghouta Oriental e alvo de uma pesada ofensiva por terra das forças do governo desde a última sexta-feira (6). No início de abril, Damasco chegou a anunciar a evacuação de 450 pessoas ligadas a grupos de oposição, mas nem todos os focos de resistência foram eliminados.

"Chegam da Síria notícias terríveis sobre dezenas de vítimas, incluindo crianças e mulheres. Rezemos por todos os mortos e pelas famílias que sofrem", afirmou o papa Francisco neste domingo (8). "Não é uma guerra boa, e ninguém pode justificar o uso de tais instrumentos de extermínio contra pessoas indefesas", acrescentou.

Os rebeldes acusam o regime de Bashar al Assad e sua principal aliada, a Rússia, pelo suposto ataque químico, mas Damasco rebateu e disse que trata-se de uma armação do grupo radical Jaysh al Islam, apoiado pela Arábia Saudita. Já o general russo Yuri Yevtushenko acusou "alguns países ocidentais" de tentarem impedir a retomada de Duma, usando o "batido argumento preferido do uso de armas químicas".

Por sua vez, os Estados Unidos culparam Damasco e Moscou e pediram uma reação imediata da comunidade internacional. "A Rússia, com seu apoio ao regime, é responsável por esses brutais ataques e pelo sufocamento das comunidades mais vulneráveis com armas químicas", disse o Departamento de Estado. Em 2017, um suposto ataque químico realizado pela Síria motivou um bombardeio norte-americano contra uma base do governo.

Segundo a agência estatal síria, a "Sana", o Jaysh al Islam pediu a reabertura das negociações para sua rendição. Em 2013, Ghouta já havia sido alvo de um ataque químico atribuído a Assad, em um dos capítulos mais marcantes da guerra civil na Síria.

O episódio provocou indignação internacional e forçou o regime a entregar seu arsenal tóxico à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq). No entanto, desde então, Damasco já foi acusada várias vezes de usar armamentos do tipo contra adversários.

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