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Stellantis mira 20 bilhões de euros em receita com softwares até 2030

Grupo quer virar empresa de tecnologias para mobilidade

7 dez 2021 - 14h30
(atualizado às 15h12)
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O grupo automotivo Stellantis, dono de marcas como Fiat, Chrysler, Jeep e Peugeot, anunciou nesta terça-feira (7) que pretende chegar em 2030 com cerca de 20 bilhões de euros por ano em receitas adicionais geradas por veículos habilitados para software.

Stellantis quer ter 34 milhões de carros conectados monetizáveis em 2030
Stellantis quer ter 34 milhões de carros conectados monetizáveis em 2030
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A projeção foi apresentada durante o "Software Day", evento criado para mostrar as iniciativas da empresa para se posicionar como uma companhia de tecnologias para mobilidade.

Segundo a Stellantis, estão previstos mais de 30 bilhões de euros em investimentos até 2025 em softwares e eletrificação, com a meta de chegar no fim da década com uma frota de 34 milhões de carros conectados monetizáveis - hoje são 12 milhões.

Com isso, o grupo automotivo pretende gerar 4 bilhões de euros em receitas adicionais por ano até 2026 com produtos habilitados para software e 20 bilhões de euros até 2030.

"Nossas estratégias de eletrificação e software apoiarão a mudança para nos tornarmos uma empresa líder de tecnologia de mobilidade sustentável, alavancando o crescimento do negócio associado com recursos e serviços transmitidos a distância e entregando a melhor experiência aos nossos clientes", disse Carlos Tavares, CEO da Stellantis.

Os investimentos incluem o desenvolvimento de três plataformas de tecnologia alimentadas por inteligência artificial e que serão implantadas em larga escala a partir de 2024: STLA Brain, STLA SmartCockpit e STLA AutoDrive.

A primeira é uma arquitetura orientada a serviços totalmente integrada na nuvem e que quebra o vínculo atual entre as gerações de hardware e software, permitindo que os desenvolvedores criem e atualizem recursos rapidamente, sem esperar pelo lançamento de um novo equipamento.

De acordo com a Stellantis, a tecnologia "over-the-air" (OTA), que permite a atualização de softwares e dispositivos remotamente, reduz drasticamente os custos para clientes e empresa, simplifica a manutenção e sustenta os valores de revenda do veículo.

Já o STLA SmartCockpit, construído a partir do STLA Brain, busca integrar-se à vida digital dos ocupantes do veículo para criar um espaço personalizável dentro do automóvel.

A plataforma foi desenvolvida por meio de uma joint venture com a gigante de tecnologia Foxconn e oferece aplicativos baseados em inteligência artificial, como navegação, assistência de voz, comércio eletrônico e serviços de pagamento.

O memorando de entendimento com a Foxconn também prevê colaboração para projetar e vender novos semicondutores para o setor automotivo, que sofreu em 2021 com a escassez desse tipo de componente.

"Com a Foxconn, poderemos cobrir até mais de 80% das nossas necessidades de semicondutores, estimamos até 90%", declarou Ned Curic, diretor de tecnologia da Stellantis.

Por fim, o STLA AutoDrive, desenvolvido em parceria com a BMW, oferecerá recursos de direção autônoma e será continuamente atualizado por meio da tecnologia OTA.

Para apoiar essa transformação, a Stellantis está criando uma academia de software e dados para treinar mais de mil engenheiros internos em várias funções e promete contratar talentos de inteligência artificial da indústria de tecnologia.

Até 2024, a meta do grupo é contar com 4,5 mil engenheiros de software voltados para eficiência, criando centros de talentos em todo o mundo.

Além desses investimentos, a Stellantis pretende lançar em 2022 um programa de seguros baseado na utilização. Dessa forma, a maneira como o motorista dirige pode baratear o custo da apólice, dependendo de seus hábitos de segurança.

O produto será lançado na Europa e na América do Norte, mas com objetivo de expansão global.

Ansa - Brasil   
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