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Sobreviventes de terremoto na Indonésia relatam busca por alimentos em "cidade zumbi"

3 out 2018 - 09h15
(atualizado às 09h21)
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Sobreviventes de um terremoto seguido de tsunami na Indonésia disseram nesta quarta-feira que estavam em busca de alimentos em fazendas para lidar com a fome, e o presidente Joko Widodo fez uma segunda visita à área para impulsionar os esforços de resgate e recuperação cinco dias após o desastre.

Presidente da Indonésia, Joko Widodo, acompanha processo de retirada de pessoas perto das ruinas de hotel destruído por terremoto em Palu, Sulawesi, na Indonésia  Antara Foto/Puspa Perwitasari/ via Reuters
Presidente da Indonésia, Joko Widodo, acompanha processo de retirada de pessoas perto das ruinas de hotel destruído por terremoto em Palu, Sulawesi, na Indonésia Antara Foto/Puspa Perwitasari/ via Reuters
Foto: Antara Foto/Puspa Perwitasari / Reuters

O saldo oficial de mortos do tremor de magnitude 7,5 que atingiu o litoral oeste da ilha de Sulawesi na sexta-feira subiu para 1.407, muitos deles vítimas das ondas de tsunami que o sismo desencadeou.

Mas autoridades temem que esse saldo aumente, já que a maioria das mortes confirmadas ocorreu em Palu, pequena cidade situada 1.500 quilômetros a nordeste de Jacarta, e as baixas em áreas remotas continuam desconhecidas porque as comunicações não funcionam e pontes e estradas foram destruídas ou bloqueadas por deslizamentos de terra.

O porta-voz da Agência Nacional de Mitigação de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho, disse que a maior parte do esforço de ajuda tem se concentrado em Palu, onde a eletricidade ainda não foi restaurada.

Mas agentes de resgate começaram a chegar a áreas mais remotas de uma zona de desastre habitada por 1,4 milhão de pessoas.

Johnny Lim, dono de um restaurante da cidade de Donggala com quem foi possível fazer contato por telefone, disse estar sobrevivendo de cocos.

"É uma cidade zumbi. Tudo foi destruído. Não sobrou nada", afirmou ele na ligação cheia de ruídos. "Estamos no limite. Não há comida nem água".

Em outra parte do distrito de Donggala, que tem 300 mil habitantes, Ahmad Derajat contou que os sobreviventes estão procurando alimentos em campos e bosques.

"Neste momento estamos dependendo de fazendas e de dividir seja o que for que encontramos, como batatas doces ou bananas", disse Derajat, cuja casa foi varrida pelo tsunami, que deixou uma pilha de móveis e tetos de zinco e pilastras de madeira desmoronadas.

"Por que eles não estão enviando ajuda de helicóptero?", perguntou.

A agente de resgate Lian Gogali descreveu uma situação perigosa em Donggala, que inclui uma série de cidades pequenas e fora de contato ao longo de uma estrada costeira ao norte de Palu próximas do epicentro do terremoto.

"Todos estão desesperados por comida e água. Não há comida, água ou gasolina. O governo está ausente", disse Gogali, acrescentando que seu grupo de ajuda só conseguiu enviar algumas poucas rações de moto.

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