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Mundo

Sigla de Putin tem quase 50% dos votos em eleições parlamentares

Presidente celebrou resultados; UE alerta para 'clima de ameaça'

20 set 2021 - 08h53
(atualizado às 08h56)
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Com pouco mais de 95% das urnas apuradas, o Rússia Unida, partido do presidente Vladimir Putin, tem 49,63% dos votos computados nas eleições parlamentares até o momento, informou a Comissão Central de Eleições (CEC) na manhã desta segunda-feira (20).

Rússia realizou eleições parlamentares e partido de Putin teve ampla maioria
Rússia realizou eleições parlamentares e partido de Putin teve ampla maioria
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Na segunda posição, aparece o Partido Comunista (19,20%), seguido pelo Partido Democrático Liberal da Rússia (7,48%), Rússia Justa - Patriotas - Pela Verdade (7,43%) e Novo Povo (5,4%). Essas são as siglas que conseguiram romper a cota de barreira para entrar no Parlamento Baixo (Duma), que é de 5%, e elegerão seus representantes.

Com os resultados, o partido de Putin terá cerca de 300 deputados, uma "supermaioria" conforme o secretário do conselho geral do Rússia Unida, Andrei Turchak, que permitirá que o mandatário faça mais reformas constitucionais - a última liberou que ele se perpetue no poder até 2036.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que Putin vê os resultados "positivamente" e que "o partido tinha a missão de confirmar a liderança, uma missão que obviamente foi realizada".

No entanto, nas redes sociais, foram diversos os vídeos que mostravam que os responsáveis por sessões eleitorais adicionavam mais cédulas de votos.

A oposição também vinha denunciando a disputa eleitoral. A maior parte das siglas opositoras, como ocorreu com a de Alexei Navalny, teve candidatos removidos por supostas "irregularidades".

O segundo colocado, o Partido Comunista, também anunciou que vai protestar e disse que não reconhece a votação digital em Moscou. Isso porque os dados da capital do país foram divulgados com muito atraso em relação ao fechamento das urnas e, após serem publicados, mudaram o resultado de muitas sessões com voto físico.

Por conta da pandemia de Covid-19, as eleições deste ano duraram três dias e foram feitas de maneira híbrida, tanto presencialmente como por um sistema de votação online. O próprio Putin votou de maneira remota porque está em isolamento por precaução, já que ao menos 10 funcionários de sua equipe próxima testaram positivo para a doença.

UE alerta para clima de intimidação 

Em crise com os russos, a União Europeia se manifestou nesta segunda-feira sobre a disputa eleitoral que voltou a consagrar o partido de Putin no poder.

Peter Stano, porta-voz do alto representante europeu para a Política Externa, Josep Borrell, afirmou que o bloco "acredita na importância de eleições livres e igualitárias". "O que vimos na Rússia nos últimos dias é que essas eleições tiveram um clima de intimidação na relação com as vozes críticas e independentes, e sem que existisse uma missão de observação eleitoral crível", acrescentou.

O europeu ressaltou que houve um "aumento de repressão com a mídia independente, os políticos de oposição, as organizações da sociedade civil, os jornalistas, os ativistas e tudo com o objetivo de calar a oposição e remover a concorrência".

"Com isso, os russos tiveram uma limitação sobre as escolhas que poderiam fazer e ter, além de uma limitação de informações checadas. Pedimos à Federação Russa que respeite os seus compromissos em termos de valores democráticos e na proteção dos direitos humanos", acrescentou. .

Ansa - Brasil   
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