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Mundo

Senadores abandonam governo na Itália e aderem à Liga

Três parlamentares saíram do populista Movimento 5 Estrelas

12 dez 2019 - 20h09
(atualizado às 20h18)
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Três senadores italianos abandonaram o governo e aderiram ao partido de extrema direita Liga, liderado por Matteo Salvini e que conduz uma estratégia de tentar atrair parlamentares descontentes do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

Luigi Di Maio com seu agora ex-aliado, o senador Ugo Grassi
Luigi Di Maio com seu agora ex-aliado, o senador Ugo Grassi
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Ugo Grassi, Francesco Urraro e Stefano Lucidi pertenciam ao próprio M5S e estavam descontentes com o comando da sigla, especialmente por conta da aliança com a centro-esquerda para evitar a convocação de eleições antecipadas.

Ex-parceiro de Salvini no governo, o movimento viu o ex-ministro romper a coalizão em agosto para tentar levar o país às urnas, mas acabou fechando uma aliança de ocasião com o Partido Democrático (PD) - até então seu maior inimigo - e outras legendas menores.

"Prometeram alguma coisa para eles nas eleições regionais, uma cadeira nas eleições nacionais... Digam: quanto custa por quilo um senador para a Liga?", ironizou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, líder do M5S.

"Não lamentaremos", acrescentou o chanceler, sabendo que o movimento pode sofrer outras deserções. Já Salvini disse que as portas da Liga continuam abertas para dissidentes insatisfeitos com a aliança com a centro-esquerda.

As divisões no M5S começaram ainda nos tempos da coalizão com Salvini, mas o estopim para a saída de três senadores foi a aprovação de uma moção do governo sobre a reforma do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), instrumento da União Europeia para socorrer financeiramente países da zona do euro.

A oposição, especialmente a de extrema direita, critica a reforma do MES e afirma que o mecanismo comprometerá a soberania da Itália. A moção, apresentada pelo M5S, foi aprovada com 164 votos no Senado, apenas três a mais que o necessário para garantir maioria na casa.

Com as deserções, o governo italiano deve enfrentar mais dificuldades para aprovar seus projetos no Senado, e novas saídas podem até comprometer a coalizão.

Ansa - Brasil   
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