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Senado italiano votará moções sobre linha de trem Turim-Lyon

Entre os documentos há um contra o projeto apresentado pelo M5S

6 ago 2019 - 19h58
(atualizado às 20h04)
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O Senado da Itália votará nesta quarta-feira (7) pelo menos seis moções sobre a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Turim e Lyon.

Senado italiano votará moções sobre linha de trem Turim-Lyon
Senado italiano votará moções sobre linha de trem Turim-Lyon
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    Dos seis documentos que serão debatidos e submetidos a votação, apenas dois são contra o trabalho, um apresentado pelo Movimento 5 Estrelas (M5S), do vice-premier Luigi Di Maio, e o outro é o assinado pela presidente do grupo Misto (Leu), Loredana De Petris, que pede para o Executivo não prosseguir com a realização do TAV (trem de alta velocidade).

    Di Maio explicou que sua moção é "um ato de compromisso com o Parlamento", já que é o único que pode pará-lo. " [O primeiro-ministro Giuseppe] Conte disse que o governo não pode fazer isso, o Parlamento sim", afirmou.

    As moções apresentadas pelo Partido Democrático (PD), Força Itália (FI) e pelos Irmãos da Itália (FDI) são a favor da linha Turin-Lyon. O partido ultranacionalista Liga, que forma a coalizão de governo com o M5S, por sua vez, também é favorável ao trabalho e já confirmou o "não" ao texto da legenda antissistema.

    A posição da Liga foi reiterada hoje pelo ministro do Interior e vice-premier, Matteo Salvini, e pelo líder do partido no Senado, Massimiliano Romeo. "Amanhã vamos manter uma posição consistente com o que a Liga vem dizendo há muitos anos, ou seja, que somos a favor da TAV", disse. A sessão da Assembleia no Palazzo Madama está marcada para as 9h (horário local) desta quarta-feira(7) e a votação deve ser concluída por volta das 12h. O projeto provocou um braço-de-ferro entre os dois partidos da base aliada que só chegou ao fim depois que Conte afirmou que o governo concluirá a construção do TAV, em declaração no mês passado. De acordo com o chefe de governo, um eventual rompimento dos contratos obrigaria a Itália a indenizar a França, cofinanciadora da obra.

    O projeto - O novo ramal ferroviário terá 270 quilômetros de extensão e será o anel central do chamado "Corredor Mediterrâneo", um dos nove eixos da rede de transportes na União Europeia.

    O trecho fronteiriço de 65 quilômetros, entre Susa, na Itália, e Saint-Jean-de-Maurienne, na França, já está em construção, ao custo de 8,6 bilhões de euros. Os recursos para a obra são repartidos entre a Comissão Europeia (40%) e os governos italiano (35%) e francês (25%), mas Conte anunciou que a UE aumentará seu percentual para 55%.

    Estimativas divulgadas por jornais italianos indicam que as indenizações ligadas a um eventual cancelamento do projeto custariam cerca de 2 bilhões de euros ao país. Até o fim do ano, França e Itália devem realizar as licitações para os trechos nacionais da linha, que custarão 5,5 bilhões de euros.

Ansa - Brasil   
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