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Segundo dia de greve de ferroviários provoca caos em Paris e arredores

4 abr 2018 - 10h15
(atualizado às 10h39)
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Milhões de usuários franceses dos transportes intermunicipais enfrentaram um segundo dia consecutivo de caos nesta quarta-feira, com os ferroviários em greve enfrentando o governo do presidente Emmanuel Macron em uma disputa a respeito da reforma da operadora estatal de trens SNCF.

Locomotiva elétrica é vista estacionada na estação de trem Gare de l'Est durante greve nacional de funcionários ferroviários em Paris, França 04/04/2018 REUTERS/Benoit Tessier
Locomotiva elétrica é vista estacionada na estação de trem Gare de l'Est durante greve nacional de funcionários ferroviários em Paris, França 04/04/2018 REUTERS/Benoit Tessier
Foto: Reuters

Passageiros de Paris e arredores se espremeram nos poucos trens em funcionamento durante o horário de pico enquanto muitas plataformas das estações mais movimentadas da capital francesa permaneciam vazias.

Macron quer transformar a estatal altamente endividada, que perde cerca de 3,7 milhões de dólares por ano, em um serviço público lucrativo capaz de suportar a concorrência estrangeira quando seu monopólio terminar em 2020, em linha com as leis da União Europeia.

Os sindicatos rejeitam os planos para acabar com os privilégios especiais dos ferroviários, como empregos vitalícios e aposentadorias antecipadas, e se queixam de que o governo está abrindo caminho para a privatização da SNCF.

Macron, um ex-banqueiro de investimento, estabeleceu um prazo para a finalização da reforma até o verão europeu.

"Não entendo a greve. Alguns dizem que queremos acabar com os serviços públicos, e isso está simplesmente errado", disse Julien Denormandie, secretário do governo Macron, à BFM TV.

Ao enfrentar os sindicatos de ferroviários, Macron está trilhando um caminho no qual ex-presidentes fracassaram ou que evitaram, determinado a consolidar sua imagem de destemido e incansável modernizador da economia francesa.

O desfecho da batalha pode definir sua Presidência - os sindicatos já estão abalados com seu sucesso na liberalização das regras trabalhistas no outono passado e precisam de uma vitória.

Outros movimentos de protesto também estão emergindo, já que universitários, servidores públicos, coletores de lixo e pensionistas estão revoltados com a agenda de reformas sociais e econômicas de Macron.

Mas até agora eles deram poucos sinais de que se aglutinarão em um movimento único mais poderoso, e enquanto isso a França se prepara para comemorar o 50o aniversário da revolta anti-establishment de maio de 1968 que transformou a nação.

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