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Secretário do Trabalho dos EUA defende acordo de investidor em escândalo sexual

10 jul 2019 - 18h45
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O Secretário do Trabalho dos Estados Unidos, Alexander Acosta, rejeitou os pedidos por sua renúncia e defendeu um acordo na Justiça que aprovou há mais de 10 anos com o investidor Jeffrey Epstein, que agora foi acusado de tráfico sexual de garotas menores de idade. 

Secretário Alexander Acosta
10/07/2019
REUTERS/Leah Millis
Secretário Alexander Acosta 10/07/2019 REUTERS/Leah Millis
Foto: Reuters

Acosta, que era procurador federal na Flórida na época, tem sido alvo de críticas de que seu gabinete teria aprovado um acordo leniente e permitido que Epstein não fosse plenamente responsabilizado. Acosta contestou a versão e argumentou que, se seu gabinete não tivesse atuado, Epstein teria enfrentado apenas uma acusação dos procuradores estaduais.

"Sem o trabalho dos nossos procuradores, Epstein teria escapado com apenas a acusação estadual" e não teria cumprido pena na prisão, disse Acosta. "Ele era e é um predador sexual." 

No final das contas, Epstein cumpriu pena de prisão, mas recebeu o benefício do regime semiaberto, de liberação para o trabalho diário, o que o deixava livre para sair toda manhã e voltar à noite. Acosta disse não saber que Epstein conseguiria ser elegível para liberação para o trabalho. 

"Quando atuamos, a expectativa era de que seria uma sentença de 18 meses... Então essa liberação para trabalho foi uma completa besteira", disse Acosta. 

O secretário não deu indícios de que deixará o cargo após dias de pedidos de democratas por sua renúncia, e disse ter o apoio do presidente republicano Donald Trump. "Minha relação com o presidente é excelente." 

Acosta não disse se tomaria a mesma decisão em relação a Epstein hoje em dia. 

"Vivemos em um mundo diferente; o mundo de hoje não permitiria que acontecesse um constrangimento da vítima que aconteceria em um julgamento 12 anos atrás", disse Acosta. "Eu não acho que podemos dizer, pegar um caso mais velho assim e saber totalmente como ele se desenrolaria hoje." 

O acordo federal não-processual de 2007 na Flórida, onde Acosta servia como procurador federal, permitiu que Epstein chegasse a um acordo em 2008 sobre uma ofensa menor de prostituição e cumprisse 13 meses de pena em uma prisão regional, com direito à saída durante o dia. Ele também foi registrado como infrator sexual. Um juiz no início do ano considerou esse acordo ilegal. 

O acordo foi examinado após uma investigação do jornal Miami Herald revelar novas informações sobre ele, levando procuradores federais em Nova York nessa semana a registrarem novas acusações de tráfico sexual contra Epstein. 

Na segunda-feira, o procurador federal em Manhattan disse que não tinha obrigação de respeitar o acordo e acusou Epstein de atrair dezenas de meninas, algumas delas com até 14 anos de idade, forçando-as a cometerem atos sexuais. Epstein continua preso enquanto aguarda audiência para fiança marcada para a próxima segunda-feira de manhã. 

O escritório de responsabilidade profissional do Departamento de Justiça, que investiga acusações de má-conduta por profissionais do departamento, está revisando como Acosta e outros procuradores na Procuradoria Federal para o Distrito Sul da Flórida conduziram o acordo de Epstein.

Acosta diz que irá colaborar com qualquer investigação. 

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