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Secretário de Justiça dos EUA fala em "agitador removido" após polícia matar antifa em Portland

4 set 2020 - 20h31
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A polícia atirou e matou um ativista autodeclarado antifascista no Estado de Washington na noite de quinta-feira enquanto tentava prendê-lo sob a suspeita de que ele havia matado a tiros um manifestante de direita no fim de semana passado em Portland, no Oregon, segundo autoridades.

Forças de segurança disparam bombas de gás lacrimogêneo durante protestos em Portland
30/07/2020
REUTERS/Caitlin Ochs
Forças de segurança disparam bombas de gás lacrimogêneo durante protestos em Portland 30/07/2020 REUTERS/Caitlin Ochs
Foto: Reuters

Michael Reinoehl, de 48 anos, procurado sob a acusação de assassinato, estava com uma arma de fogo quando integrantes de uma força-tarefa federal o mataram a tiros em Olympia, no Estado de Washington, depois que ele deixou um prédio de apartamentos e entrou em um carro por volta das 19h30, de acordo com o Serviço de Xerifes e o Gabinete do Xerife do Condado de Thurston.

"Durante a tentativa de prendê-lo, tiros foram disparados contra o suspeito no veículo e ele fugiu do veículo a pé. Mais tiros foram disparados contra o suspeito e mais tarde ele foi declarado morto no local", afirmou o Gabinete do Xerife do Condado de Thurston, que é responsável por investigar o incidente.

Um tribunal do Condado de Multnomah, no Oregon, acusou Reinhoel do assassinato de Aaron Danielson, e a polícia de Portland emitiu um mandado de prisão, pedindo à força de xerifes federais para localizá-lo.

"Pareciam fogos de artifício, eram tantos tiros", disse Jashon Spencer, que passava pelo local, em um vídeo online.

Reinoehl, que havia fornecido segurança para os protestos do Black Lives Matter em Portland, pareceu admitir que atirou em Danielson na noite de sábado em uma entrevista em vídeo à Vice, transmitida horas antes de sua morte.

Danielson, de 39 anos, fazia parte de uma caravana de simpatizantes do presidente republicano Donald Trump que viajou em picapes até o centro de Portland e entrou em confronto com manifestantes que protestavam contra a injustiça racial e a brutalidade policial.

Isso marca o primeiro caso em que o Departamento de Justiça vincula diretamente um manifestante em Portland a um movimento político de extrema-esquerda.

No início desta semana, o gabinete da promotoria norte-americana no Oregon confirmou que nenhum dos réus dos protestos que enfrentam acusações federais tinha vínculo com qualquer grupo ou ideologia política em particular.

"O rastreamento de Reinoehl --um fugitivo perigoso, membro confesso do movimento Antifa e suposto assassino-- é uma conquista significativa no esforço contínuo para restaurar a lei e a ordem em Portland e em outras cidades", disse o secretário de Justiça dos EUA, William Barr, em um comunicado. "As ruas de nossas cidades estão mais seguras com este violento agitador removido."

Nacionalmente, Antifa é um movimento de extrema-esquerda em grande parte desestruturado, cujos seguidores buscam confrontar aqueles que consideram autoritários ou racistas.

PÁGINA REMOVIDA

Danielson era um defensor do grupo conservador cristão de direita Patriot Prayer.

O Facebook informou na sexta-feira que tirou do ar as páginas do Patriot Prayer e do fundador do grupo Joey Gibson, cujos apoiadores entraram em confronto com os antifascistas em Portland todo fim de semana desde meados de agosto.

"Elas foram removidas como parte de nossos esforços contínuos para remover Milícias Sociais Violentas de nossa plataforma", disse o Facebook em um comunicado.

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