Salvini é alvo de novo inquérito por sequestro
Ministro já se livrou de processo semelhante recentemente
O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, é alvo de uma nova investigação por sequestro de pessoa, desta vez por ter bloqueado o desembarque de 47 migrantes na Sicília durante seis dias.
O grupo havia sido resgatado pelo navio da ONG alemã Sea Watch em 19 de janeiro, no Mediterrâneo Central. O navio entrou em águas territoriais italianas em 25 do mesmo mês, mas o desembarque só foi efetuado no dia 31, após seis países da União Europeia terem aceitado receber os deslocados internacionais.
O caso corria no Ministério Público de Catânia, mas foi encaminhado ao Tribunal dos Ministros porque Salvini tem foro privilegiado. A corte terá 90 dias para pedir autorização do Senado para levar o vice-premier a julgamento ou arquivar o inquérito.
O procurador da República em Catânia, Carmelo Zuccaro, crítico da atuação de ONGs no Mediterrâneo, recomendou o arquivamento. "Estou novamente sob investigação, mas reitero que, enquanto for ministro do Interior, os portos italianos ficarão fechados", disse Salvini.
O vice-premier já se livrou recentemente de um processo por sequestro, abuso de poder e prisão ilegal no caso do navio Diciotti, da própria Guarda Costeira italiana e que havia sido bloqueado na costa da Sicília com mais de 150 migrantes a bordo.
Na ocasião, o Senado acabou rejeitando a abertura de processo contra o ministro do Interior, que também ocupa um assento na Câmara Alta.