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Mundo

Salvini dá ultimato ao M5S: 'Calem a boca'

Crise política acontece às vésperas das eleições europeias

6 mai 2019 - 13h54
(atualizado às 13h56)
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O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, deu neste domingo (5) um ultimato a seu aliado de governo, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), por conta das críticas que vem sofrendo por não defender a demissão de um aliado investigado por corrupção.

Matteo Salvini participa de comício em Roma
Matteo Salvini participa de comício em Roma
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A crise começou com a notícia de que Armando Siri, expoente da Liga e subsecretário do Ministério de Infraestrutura e Transportes, é alvo de um inquérito que apura o suposto pagamento de propinas por parte de empresários do setor eólico.

O M5S passou a cobrar a demissão imediata de Siri, mas encontrou resistência na Liga e em Salvini. O primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou que proporá a demissão do subsecretário, mas seu destino permanece incerto.

Em função do impasse, o movimento antissistema postou em seu blog oficial um texto afirmando que "não recua na questão moral" e pedindo para a Liga "mostrar as bolas" e fazer Siri renunciar. Além disso, cobra mais "coragem" e "coerência" de Salvini.

O texto enfureceu o ministro, que afirmou que o M5S precisa "pesar suas palavras". "Dizem-me para 'mostrar as bolas'? Eu recebo cartas com balas pelo meu empenho contra a máfia. A quem me ataca, eu digo: calem a boca, trabalhem e parem de ameaçar o próximo. É o último aviso", declarou Salvini, reclamando que é alvo de ofensas "todos os dias".

A resposta coube ao também vice-premier, ministro do Trabalho e líder do M5S, Luigi Di Maio. "Não se cala a boca para a corrupção, mas sim se pede às pessoas que renunciem", disse. Di Maio ainda lembrou que seu partido tem maioria no Conselho dos Ministros e, portanto, pode aprovar sozinho a demissão de Siri.

"Mas por que devemos chegar a esse ponto?", questionou, em entrevista ao canal La 7. A crise acontece a poucas semanas das eleições europeias de 26 de maio, quando a Liga pode se tornar o partido mais popular da Itália.

Se isso acontecer, a legenda ultranacionalista inverterá a correlação de forças no governo, que hoje tem o M5S como "acionista de maioria". Partidos de direita tradicionalmente aliados à Liga, como o Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, já fazem pressão para Salvini derrubar o governo após as eleições europeias e formar uma aliança apenas com siglas conservadoras.

Ansa - Brasil   
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