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Rússia nega uso de armas químicas em ofensiva na Síria

8 abr 2018 - 11h02
(atualizado às 11h21)
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A Rússia negou hoje (8) informações sobre suposto ataque químico realizado pelas forças governamentais da Síria na cidade de Duma, o último reduto rebelde nos arredores da capital Damasco. As informações são da Agência EFE.

"Negamos categoricamente tal informação e, assim que for liberada a cidade de Duma dos rebeldes, nos declaramos dispostos a enviar imediatamente nossos especialistas", disse Yuri Yevtushenko, chefe do Centro de Reconciliação russa na Síria. O general russo explicou que os especialistas do seu país em limpeza química, biológica e radiativa "recolherão dados que confirmarão que essas declarações são fabricadas".

Ele acusou "uma série de países ocidentais" de tentar impedir o reatamento da operação de evacuação de rebeldes de Duma, estancada há dois dias. "Para isso se utiliza o tema preferido de Ocidente que é o uso de armas químicas por parte das forças governamentais sírias", afirmou Yevtushenko.

A agência oficial síria, a "SANA", também rejeitou qualquer responsabilidade das forças sírias e garantiu que "as denúncias do uso de substâncias químicas em Duma são uma tentativa clara de impedir o progresso do Exército".

Segundo a ONG Capacetes Brancos, pelo menos 40 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, morreram ontem (7) por asfixia em um ataque químico contra Duma.

Estados Unidos x Rússia

Os Estados Unidos pediram hoje à Rússia para que ponha fim "imediatamente" ao seu apoio "incondicional" ao governo de Bashar al Assad depois do suposto ataque químico. A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou, em comunicado, que a Rússia "descumpriu os seus compromissos com as Nações Unidas e traiu a Convenção sobre Armas Químicas ao proteger incondicionalmente Assad".

"A proteção do regime de Assad por parte da Rússia e a sua incapacidade para deter o uso de armas químicas na Síria questiona o seu compromisso de resolver a crise global e as maiores prioridades de não proliferação", afirmou a porta-voz. "A Rússia, com o seu inquebrantável apoio ao regime, em última instância é responsável por estes brutais ataques, voltados contra civis e a asfixia das comunidades mais vulneráveis da Síria com armas químicas", acrescentou.

O governo americano acompanha de perto as informações sobre o suposto ataque a um hospital em Duma, onde, sem detalhar o número de mortos, reconheceu que pode haver "um número potencialmente alto de vítimas". "Se estes relatórios horríveis forem confirmados, exigem uma resposta imediata da comunidade internacional", asseverou a porta-voz.

Nauert insistiu que o histórico de Assad com o uso de armas químicas contra o seu próprio povo "não está em discussão" e lembrou que há um ano as forças do governo sírio fizeram um ataque de gás sarin que matou aproximadamente cem sírios.

Novos bombardeios

Os bombardeios na cidade de Duma foram retomados neste domingo, depois de uma breve pausa, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Os ataques aéreos foram interrompidos durante um intervalo de quase duas horas, segundo a ONG, coincidindo com o reinício das negociações entre Rússia, que apoia o presidente sírio, Bashar al Assad, e o grupo islamita Exército do Islã, que controla Duma.

De madrugada também aconteceram bombardeios e ataques com mísseis e dezenas de projéteis de artilharia contra esta cidade, a mais povoada da periferia da capital do país.

*Com informações da Agência EFE.

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Agência Brasil Agência Brasil
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