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Rússia impõe condições para visita de agência da ONU a usina

Situação na central nuclear de Zaporizhzhia preocupa autoridades

16 ago 2022 - 16h48
(atualizado às 17h27)
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A Rússia impôs algumas condições para a visita de uma delegação de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão ligado à ONU, à central nuclear de Zaporizhzhia - que fica em território da Ucrânia, mas é controlada militarmente por Moscou desde o início de março.

Situação em central nuclear de Zaporizhzhia preocupa ONU
Situação em central nuclear de Zaporizhzhia preocupa ONU
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O vice-chefe do Departamento para a Proliferação Nuclear e o Controle de Armamentos do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Igor Vishnevetsky, disse que uma missão da AIEA "não pode passar" pela capital ucraniana, Kiev, e através da linha do fronte.

"Imagina o que significa passar por Kiev: significa chegar à central nuclear através da linha do fronte. Isso é um risco enorme, já que as forças armadas ucranianas não são compostas de maneira homogênea", disse à agência estatal russa RIA.

Já para outra agência de notícias do país, a Tass, Vishnevetsky, afirmou que essa missão "não tem nenhum mandato para enfrentar a desmilitarização" da planta nuclear e que só deve focar nas avaliações técnicas - e isso deve ser formalizado pela AIEA.

Questionado sobre a situação, um representante da ONU afirmou à mídia norte-americana que as Nações Unidas "têm a capacidade logística e de segurança" para a missão dos técnicos e que isso não seria um problema.

A situação na central nuclear de Zaporizhzhia vem causando muita preocupação na ONU pelos temores de um desastre de grandes proporções. Rússia e Ucrânia trocam acusações constantes sobre a realização de ataques com mísseis na área da usina. Além disso, Moscou e Kiev também se acusam sobre a liberação das visitas da AIEA, dizendo que é a outra parte que não permite a checagem.

Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, as missões de rotina da agência da ONU foram paralisadas e a AIEA denunciou, por mais de uma vez, ter perdido o acesso a dados remotos de vigilância e segurança. O diretor-geral do órgão, Rafael Grossi, classificou a situação de "extremamente grave" e chegou a dizer que tudo "estava fora do controle" na planta.

Zaporizhzhia, que é a maior planta nuclear da Europa, é operada por técnicos ucranianos, mas o acesso ao local é controlado pelos russos desde o início de março. E, desde então, Kiev acusa as tropas de usarem a usina como ponto de disparo contra as tropas do país e de armazenar armamentos na área.

Nesta terça-feira, novamente, os líderes regionais pró-Rússia voltaram a acusar as tropas ucranianas de fazerem um ataque contra a estrutura. A ação militar teria danificado parte do sistema de refrigeração.

"O reator da central nuclear de Zaporizhzhia deve ser refrigerado. Mas, dezenas de disparos foram feitos com armas pesadas contra o sistema de resfriamento. Ele não é protegido como o reator e nossos inimigos têm a possibilidade de danificá-lo e de colocar obstáculos na correta refrigeração do reator", disse um dos líderes russos locais, Vladimir Rogov. .

Ansa - Brasil   
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