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Mundo

Rússia estaria queimando gás natural em estação de Portovaya

Kiev diz que imagens mostram que russos sofrem com sanções

8 ago 2022 - 17h54
(atualizado às 19h00)
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A Rússia estaria queimando gás natural na estação de compressão de Portovaya desde o dia 17 de junho, informou a emissora finlandesa "Yle" com base em imagens geradas por satélites da Nasa.

Gasoduto Nord Stream 1 reduzir fornecimento a 20% da capacidade
Gasoduto Nord Stream 1 reduzir fornecimento a 20% da capacidade
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Segundo a emissora, essas queimas - que também são avistadas do território da Finlândia - começaram justamente no dia em que a estatal russa Gazprom começou a anunciar cortes no fornecimento do combustível fóssil aos países da União Europeia por meio do gasoduto Nord Stream 1.

A justificativa oficial foi que havia atraso no envio de uma turbina que estava em reparos no Canadá, mas os líderes europeus sempre acusaram Moscou de estar fazendo apenas um jogo político para tentar afrouxar as pesadas sanções do bloco contra o país por conta da guerra na Ucrânia.

Atualmente, a Gazprom envia apenas 20% da capacidade de entrega para a UE.

Olga Vaisanen, uma especialista consultada pela "Yle" e que é responsável pela comunicação da empresa finlandesa de energia Gasum, afirmou que o gás é queimado sempre que há problemas na produção ou transporte, como quando não é possível manter a pressão na passagem do gás pela tubulação. No caso russo, pode haver excesso de gás chegando à estação que não está sendo enviado pela Nord Stream 1.

Desde o início da guerra, em fevereiro, os europeus vêm cortando progressivamente a quantidade de gás que recebem da Rússia, fechando acordos com outras nações produtoras para diminuir sua dependência.

Antes da guerra, o combustível russo respondia a mais de 40%, em média, do consumo do bloco. Agora, alguns países já baixaram essa necessidade para 20%. Por outro lado, a Rússia exportava mais de 80% de sua produção, justamente, para os países europeus.

Em uma postagem no Facebook, o ministro da Energia da Ucrânia, Herman Galushchenko, afirmou que a situação é uma espécie de boa notícia, apesar do desperdício.

"O tempo trabalha contra os chantagistas. E enquanto o país agressor está reduzindo o envio do gás natural para os países europeus e aumentando artificialmente os preços para os máximos históricos, suas próprias instalações de armazenamento estão transbordando", escreveu.

"Há um mês eu avisei que a Federação Russa só perderia com a redução no envio para a Europa e seria forçada, literalmente, a queimar seu gás. [...] O processo tecnológico de produção de gás é bastante complicado - você não pode só fechar a válvula do poço. E o gás extraído precisa ser armazenado ou transportado para algum lugar. Isso mostra que as sanções ocidentais continuam a prender os russos", acrescentou.

Galushchenko ainda afirmou que "ao invés de ganhar bilhões de euros com os combustíveis, os russos são forçados a simplesmente queimar o gás extraído" e que os "chantagistas já estão sofrendo perdas e o período de tempo em que eles ainda poderão ditar as regras está acabando rapidamente". "É por isso que o Ocidente deve manter as suas sanções", pontuou. .

Ansa - Brasil   
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