Rússia ataca Itália e diz que política energética é 'suicídio'
Para chanceler, falas mostram 'interferência nas eleições'
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, voltou a atacar a Itália nesta terça-feira (6) por conta das políticas adotadas desde o início da invasão de Moscou à Ucrânia. Dessa vez, o alvo foi a questão energética, que prevê cada vez mais a redução da necessidade de uso do gás natural russo.
"Roma está sendo levada ao suicídio econômico com o frenesi das sanções euro-atlânticas. O plano foi imposto a Roma por Bruxelas, que sua vez age a mando de Washington, mas no fim são os italianos que vão sofrer", disse a representante do governo russo em um post no Telegram. Zakharova ainda afirmou que as empresas italianas "serão destruídas pelos irmãos do outro lado do oceano".
Desde o início da guerra, em fevereiro, o premiê italiano, Mario Draghi, é um dos principais defensores europeus da política de sanções e da redução da dependência energética da Rússia. Por conta disso, seu governo já fechou vários contratos com outros países para reduzir cada vez mais as compras de Moscou, além de seguir a politica de redução de gastos da União Europeia.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, acusou o governo da Rússia de dar as declarações para interferir na campanha eleitoral em andamento no país. Di Maio faz oposição ao bloco de centro-direita, que está liderando as pesquisas para o pleito de 25 de setembro e é constantemente acusado de ter ligações com Moscou.
"Está claro que a Rússia decidiu entrar diretamente na campanha eleitoral de um Estado soberano e está tendo um claro papel de ingerência. Por isso, convido a todas as forças políticas italianas a mandarem essa ingerência de volta. Putin está fazendo uma chantagem com a Europa e é por isso que a Itália deve agir reduzindo o preço das contas de energia", disse Di Maio.
Segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Ministério de Transição Ecológica (Mite), as medidas de contenção no uso do gás serão ampliadas pelos próximos 15 dias - com exceção de centros médicos e hospitalares.
A estimativa é que esse período provoquem um redução potencial de "5,3 bilhões de metros cúbicos de gás" considerando também a potencialização do uso de outros tipos de fontes de energia elétrica.
O Mite ainda informou que os estoques de gás nesse início de setembro "já estão em 83%, além da meta definida" e que "está em linha" para conseguir garantir a segurança energética para o período de inverno. .