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Mundo

Reunião definirá 'protocolos claros' sobre abusos, diz Papa

Cúpula com bispos de todo o mundo acontecerá de 21 a 24/02

28 jan 2019 - 12h05
(atualizado às 13h16)
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A reunião convocada pelo papa Francisco com conferências episcopais do mundo inteiro para discutir a pedofilia na Igreja, marcada para 21 a 24 de fevereiro, definirá "protocolos claros" para reduzir o problema dos abusos.

Papa Francisco se despede no Panamá antes de iniciar viagem de volta para Roma
Papa Francisco se despede no Panamá antes de iniciar viagem de volta para Roma
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Em coletiva de imprensa no voo de volta da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, realizada na Cidade do Panamá, o Pontífice disse que sentiu a "necessidade" de "dar uma catequese" sobre essa questão às conferências episcopais.

"Eu recebo com frequência gente que sofreu abusos. Lembro de um homem de 40 anos que não conseguia rezar. É horrível isso, o sofrimento é terrível. Primeiro: que [os bispos] tomem ciência disso. Segundo: que saibam o que fazer, o procedimento, porque muitas vezes o bispo não sabe o que fazer", disse.

Segundo o Papa, o objetivo é fazer com que haja "protocolos claros" para combater a pedofilia. "Depois faremos orações, haverá testemunhos para ajudar a tomar conhecimento, e depois alguma liturgia penitencial para pedir perdão por toda a Igreja", declarou.

Francisco, no entanto, disse que sente uma expectativa "um pouco inflada" sobre a reunião. "É preciso diminuir as expectativas, o problema dos abusos continuará, é um problema humano. Se resolvermos o problema na Igreja, ajudaremos a resolvê-lo na sociedade, nas famílias, onde a vergonha encobre tudo", acrescentou.

Pedofilia

Escândalos de abuso sexual são recorrentes na história da Igreja Católica, mas ganharam nova luz em 2018, com as visitas de Jorge Bergoglio a países afetados por casos de pedofilia, como Chile e Irlanda.

Além disso, um de seus aliados mais próximos, o cardeal australiano George Pell, prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, virou réu por supostos abusos cometidos nas décadas de 1970 e 1990.

Já nos Estados Unidos, um relatório do Ministério Público da Pensilvânia listou cerca de 300 religiosos suspeitos de crimes sexuais e mais de mil vítimas, além de ter acusado a Igreja de encobrir os escândalos.

Por sua vez, Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, divulgou uma carta na qual acusa o próprio Francisco de saber desde o início de seu pontificado dos abusos cometidos por Theodore McCarrick, afastado do colégio de cardeais apenas em julho passado.

McCarrick, 88, é acusado de abusar de seminaristas adultos e de violentar um adolescente 45 anos atrás.

Ansa - Brasil   
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