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Reunião com Otan não é capaz de romper impasse sobre mísseis russos

25 jan 2019 - 13h01
(atualizado às 16h01)
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A Rússia e a Otan não conseguiram resolver nesta sexta-feira uma disputa sobre um novo míssil russo que aliados do Ocidente dizem representar uma ameaça à Europa, tornando mais provável a saída de Washington de um histórico tratado de controle de armas.

Componente de sistema de míssil russo SSC-8/9M729 em Moscou 23/01/2019 REUTERS/Maxim Shemetov
Componente de sistema de míssil russo SSC-8/9M729 em Moscou 23/01/2019 REUTERS/Maxim Shemetov
Foto: Reuters

Em reunião do conselho da Otan com a Rússia em Bruxelas, enviados dos 29 países da aliança reiteraram seu pedido para que Moscou destrua um sistema de mísseis de cruzeiro com capacidade nuclear antes do prazo de 2 de fevereiro.

Sem um avanço, os Estados Unidos devem dar início ao processo de saída do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) de 1987. Os EUA já fizeram uma notificação nesse sentido no início de dezembro, acusando Moscou de violar o pacto.

A Rússia nega ter violado os termos do tratado, que eliminou os arsenais de mísseis de médio alcance das duas maiores potências nucleares do mundo.

"O tratado está em verdadeiro perigo", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg. "Quanto mais rápido a Rússia voltar a estar em conformidade, melhor. O tratado não tem valor se não for respeitado, o problema são os mísseis russos na Europa", disse em coletiva de imprensa após a reunião.

Embora diplomatas da Otan tenham descrito a reunião como calma e profissional, Stoltenberg disse que a Rússia não mostrou nenhuma disposição para ceder. Mas ele e algumas nações europeias, como a Alemanha, mantêm a esperança de que um progresso diplomático possa ser alcançado durante o período de saída, que dura seis meses.

A Rússia, Estados Unidos, França, Reino Unido e China --os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU-- devem se reunir em Pequim no dia 30 de janeiro para discutir o controle de armas, disseram diplomatas à Reuters, mas não ficou claro se o tratado INF será abordado.

A Rússia é acusada de desenvolver mísseis de cruzeiro de médio alcance capazes de carregar ogivas nucleares e de atingir rapidamente cidades europeias, violando o pacto da época da Guerra Fria que removeu foguetes do tipo da Europa.

Mas o Kremlin, que nesta semana exibiu seus mísseis a militares estrangeiros em Moscou, disse que o curto alcance dos foguetes os deixa de fora do tratado INF. A Rússia diz que os mísseis Novator 9M729/SSC-8 têm alcance máximo de 480 km.

Autoridades da Otan dizem que não há como verificar essa informação, uma vez que os mísseis só foram vistos publicamente em "exibição estática", sem nenhuma indicação de sua capacidade de voo.

O tratado de 1987 exige que os Estados Unidos e a Rússia "não possuam, produzam ou testem" um míssil de cruzeiro terrestre com alcance de 500 km a 5.500 km "ou possuam ou produzam lançadores para mísseis do tipo".

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