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Reservas de urânio do Irã são 10x maiores do que acordo permite

Segundo AIEA, o aumento ocorreu após sanções dos Estados Unidos

4 set 2020 - 13h40
(atualizado às 13h55)
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As reservas de urânio pouco enriquecido do Irã estão em um nível 10 vezes superior ao estabelecido pelo acordo nuclear assinado entre Teerã e o chamado grupo 5+1 em 2015, informou um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesta sexta-feira (04).

Em números totais, são 2.105,4 quilos de urânio estocado contra os 202,8 kg permitidos pelo acordo. O nível de enriquecimento do urânio também atingiu 4,5% acima do valor permitido, de 3,67%, mas as reservas de água pesada voltaram a ficar abaixo do mínimo permitido, de 130 toneladas.

Os dados foram coletados em 25 de agosto, dia em que o chefe da AIEA, Rafael Mariano Grossi, foi a Teerã e se reuniu com o governo do país.

O levantamento anterior, feito em maio, mostrava que as reservas estavam em 1.571,6 kg.

Ainda conforme a AIEA, o Irã começou a superar os limites previstos após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirar seu país do pacto e começar a reimpor sanções políticas e econômicas contra Teerã.

Os demais países do acordo - Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia, além da União Europeia - se reuniram nesta semana e reforçaram a "importância de preservar" o acordo como "um elemento-chave da arquitetura global de não proliferação nuclear global".

Além de terem saído do pacto, os Estados Unidos tentaram aprovar em agosto a aplicação de sanções globais ao Irã através do Conselho de Segurança da ONU - mas o pedido foi rejeitado quase unanimemente.

Após ser derrotado, Trump - através da embaixadora norte-americana na ONU, Kelly Craft - tentou acionar um mecanismo do acordo de 2015 chamado de "snapback". No entanto, a ativação foi novamente rejeitada grupo 5+1, já que esse acionamento só pode ser feito por uma nação "participante", e Trump retirou os EUA do pacto. .

Ansa - Brasil   
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