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Relatório de inspetor-geral critica ex-diretor do FBI, mas diz que não houve viés em caso envolvendo Hillary

14 jun 2018 - 18h15
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O ex-diretor do FBI James Comey cometeu um "sério erro de julgamento" quando anunciou pouco antes da eleição presidencial norte-americana de 2016 que estava reabrindo uma investigação sobre o uso de um servidor privado de email pela candidata Hillary Clinton, informou nesta quinta-feira o órgão monitor interno do Departamento de Justiça.

Comey concede entrevista em Washington
 30/4/2018    REUTERS/Jonathan Ernst
Comey concede entrevista em Washington 30/4/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Mas o inspetor-geral Michael Horowitz também concluiu em um aguardado relatório de 500 páginas que Comey não exibiu qualquer viés político em suas ações ou tentou influenciar a eleição, e não contesta a decisão de não processar Hillary pela questão dos emails.

Comey se tornou uma figura controversa na eleição de 2016, recebendo acusações tanto de republicanos, quanto de democratas, pela maneira que lidou com uma investigação sobre se os emails de Hillary influenciaram a campanha.

    Comey mais tarde comandou uma investigação separada sobre supostos laços entre a campanha do presidente Donald Trump e a Rússia. Trump demitiu Comey como chefe do FBI em 2017 e tem frequentemente o criticado desde então.

Ambos os lados da divisão partidária na política dos EUA devem usar o relatório de Horowitz para pressionar seus casos contra Comey.

O inquérito do inspetor-geral tem focado em afirmações públicas feitas por Comey sobre o uso de um servidor privado de emails pela democrata Hillary, ao invés de um servidor do Departamento de Estado, enquanto ela era secretária de Estado.

    Em outubro de 2016, menos de duas semanas antes do dia da eleição, Comey enviou para membros do Congresso uma carta revelando que uma investigação sobre os emails de Hillary estava sendo reaberta após novos emails serem encontrados.

Hillary disse que a carta de Comey contribuiu para sua inesperada derrota para Trump. Dois dias antes da eleição de 8 de novembro, Comey disse que o FBI não havia encontrado evidências adicionais nos novos emails.

    Em um artigo de opinião publicado no New York Times, Comey disse que o relatório confirmou a consideração de que não havia "caso processável" contra Hillary, e manteve sua decisão de informar o Congresso que o caso havia sido reaberto dias antes da eleição.

"Eu escolhi falar e contar a verdade", escreveu Comey.

    John Podesta, que comandou a campanha de Hillary, disse que "o relatório demonstra além das dúvidas" que Comey foi injusto com Hillary ao anunciar desenvolvimentos da investigação sobre emails durante a campanha, enquanto não revelou a presença de uma investigação separada que começou em julho de 2016 sobre a campanha de Trump e a Rússia.

    "Este relatório confirma o que nós sabemos há muito tempo - que o FBI aplicou inapropriadamente um padrão duplo para as investigações de Clinton e Trump, que a prejudicou e o ajudou a ser eleito", disse Podesta à Reuters.

Os aliados de Trump sinalizaram que usarão o relatório de Horowitz para ratificar seu argumento de que Comey não agiu adequadamente enquanto supervisionava a investigação russa.

O relatório criticou Comey por violar políticas do Departamento de Justiça e o acusou de usurpar a autoridade da então secretária de Justiça, Loretta Lynch, quando em julho de 2016 ele anunciou que não haveria acusações contra Hillary por seu uso de email como secretária de Estado.

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