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Relatório da ONU vê elo entre príncipe herdeiro saudita e morte de Khashoggi

19 jun 2019 - 16h33
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O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e outras autoridades sauditas de alto escalão deveriam ser investigados pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, já que existem indícios críveis de que eles são responsáveis por sua morte, disse um investigador de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira.

Príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman
30/11/2018
REUTERS/Sergio Moraes
Príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman 30/11/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Depois de uma investigação de seis meses, o relatório de 100 páginas da relatora especial sobre execuções extrajudiciais da ONU, Agnes Callamard, acusou a Arábia Saudita de uma "execução deliberada e premeditada".

"Há evidência confiável suficiente sobre a responsabilidade do príncipe herdeiro que exige mais investigações", disse Callamard.

A morte de Khashoggi provocou um repúdio generalizado e prejudicou a imagem do príncipe herdeiro, antes admirado no Ocidente por se empenhar em acabar com a dependência de petróleo do reino e amenizar restrições sociais, como permitir que as mulheres dirijam.

O ministro das Relações Exteriores saudita, Adel al-Jubeir, por sua vez, rejeitou o relatório da investigadora por não trazer "nada de novo".

    Ele acrescentou em um tuíte: "O relatório da relatora do conselho de direitos humanos contém contradições claras e alegações infundadas que põem em xeque sua credibilidade."

    Após o assassinato, alguns executivos desistiram de um grande fórum de investimentos em Riad, mas grandes investidores estão levando seus negócios adiante neste ano, um sinal de que um esforço do reino para que as coisas voltem ao normal está surtindo algum efeito.

    O relatório também pede aos Estados Unidos que "iniciem uma investigação do FBI, se uma já não tiver iniciado, e conduzam processos criminais dentro dos Estados Unidos, como apropriado".

    O FBI não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

    O relatório exortou os Estados a ampliar sanções que incluam o príncipe herdeiro e seus ativos no exterior, a menos que o homem visto por muitos como o governante saudita de fato consiga provar que não tem responsabilidade.

    Khashoggi, crítico do príncipe e colunista do jornal Washington Post, foi visto pela última vez no consulado saudita de Istambul no dia 2 de outubro, onde receberia documentos antes de se casar.

    Seu corpo foi esquartejado e retirado do edifício, disse o procurador saudita, e seus restos mortais não foram encontrados.

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