Reino Unido prepara manuais para Brexit sem acordo
A prioridade, no entanto, é chegar a acordo com a União Europeia
O governo do Reino Unido apresentou nesta quinta-feira (23) parte de uma série de manuais para pessoas e empresas, que tem como objetivo ajudá-las a lidar com os problemas que surgiriam no caso de uma saída da União Europeia sem acordo.
Dificuldades alfandegárias, aquisição de medicamentos, tarifas adicionais sobre pagamentos de cartão de crédito em transações com os países da UE e dificuldades para britânicos que vivem no exterior abrirem contas bancárias são alguns dos assuntos abordados pelos guias.
O ministro britânico do Brexit, Dominic Raab, apresentou 25 dos 70 documentos esperados para tratar do tema. Ele classificou os manuais como "práticos e direcionados" e enfatizou que a prioridade do governo é chegar a um acordo com Bruxelas, mas reconhece que a possibilidade de uma saída sem acordo "é possível". O ministro anunciou que empresas de serviços financeiros da União Europeia (UE) poderão continuar operando no Reino Unido por três anos, caso as partes não cheguem a um entendimento.
Segundo pesquisas realizadas no Reino Unido, mais da metade dos cidadãos apoia a realização de um novo plebiscito sobre o Brexit se as negociações com Bruxelas não vingarem. A primeira-ministra britânica, Theresa May, nega a possibilidade, dizendo que a decisão foi tomada em 2016. Caso haja acordo, o Brexit entrará em vigor em 29 de março de 2019, mas com um período de transição até 31 de dezembro de 2020. Por outro lado, se não houver entendimento, a ruptura será total e imediata a partir do próximo dia 30 de março.