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Reino Unido pode enfrentar falta de comida, combustível e remédios, diz documento

18 ago 2019 - 16h14
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O Reino Unido vai sofrer com faltas de combustível, alimentos e remédios, caso saia da União Europeia (UE) sem um acordo de transição, segundo documentos oficiais publicados pelo jornal Sunday Times, cuja interpretação foi imediatamente contestada por ministros.

Apresentando um panorama de portos congestionados, protestos do público e problemas generalizados, o jornal disse que as previsões formuladas pelo governo mostram os mais prováveis choques de um Brexit sem acordo, e não as piores possibilidades de cenários.

No entanto, Michael Gove, o ministro responsável pelos preprativos do chamado "no-deal", ou seja, um Brexit sem acordo, rebateu essa interpretação, declarando que os documentos mostravam, sim, as piores consequências possíveis, e que o planejamento havia sido acelerado nas últimas três semanas.

O Sunday Times disse que até 85% dos caminhões que usam o principal ponto de cruzamento do Canal da Mancha podem não estar preparados para os procedimentos alfandegários da França, o que pode significar que os problemas nos portos poderiam durar até três meses antes que o fluxo melhorasse.

O governo também acredita que o estabelecimento de uma fronteira convencional entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, país da UE, seria provável uma vez que os planos para evitar uma fiscalização abrangente vão se provar insustentáveis, disse o jornal.

"Organizado neste mês pelo governo sob o nome de Operação Yellowhammer, o documento oferece um visão rara do planejamento confidencial seno adotado pelo governo para evitar um colapso catastrófico da infraestrutura da nação", afirmou o Times.

O gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson disse que não comentaria documentos vazados, mas Gove declarou que o documento era antigo e não refletia o preparo atual.

"É o caso, como todos sabem, que se nós tivermos um Brexit sem acordo haverá inevitavelmente alguns problemas, alguns obstáculos no caminho. É por isso que queremos o acordo", afirmou Gove à imprensa.

"Mas também é o caso que o governo está bem mais prerado agora do que estava no passado, e é também importante as pessoas reconhecerem que o que está sendo descrito nesses documentos é enfaticamente a pior possibilidade de cenário", acrescentou.

Uma fonte do governo culpou um ex-ministro não identificado, que quer influenciar as negociações com a UE, pelo vazamento.

"Esse documento é de quando ministros estavam obstruindo o que precisava ser feito para ficarmos prontos para sair e quando os recursos não estavam disponíveis", disse a fonte que não quis se identificar.

"Ele foi deliberadamente vazado por um ex-ministro numa tentativa de influenciar as discussões com os líderes da UE."

O Reino Unido está no rumo de uma crise constitucional e de uma confrontação com a UE, à medida que Johnson promete deixar o bloco em 31 de outubro sem um acordo, se a UE não renegociar o Brexit. No entanto, o bloco se recusa a reabrir a discussão sobre o acordo de saída.

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