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Reino Unido altera regra e permite que estudantes estrangeiros fiquem mais tempo no país

Agora, os estudantes estrangeiros poderão permanecer no país durante os dois anos seguintes à graduação para encontrar um emprego.

11 set 2019 - 14h03
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De acordo com a medida, não há restrições quanto ao tipo de trabalho que os estudantes devem procurar após concluir seus estudos
De acordo com a medida, não há restrições quanto ao tipo de trabalho que os estudantes devem procurar após concluir seus estudos
Foto: PA Media / BBC News Brasil

Os estudantes estrangeiros no Reino Unido podem se beneficiar de uma mudança na política de vistos de estudo.

Agora, eles podem permanecer no país por mais dois anos depois do término da graduação para procurar emprego.

A nova medida, anunciada na quarta-feira (11/09) pelo Ministério do Interior, reverte uma decisão tomada em 2012 pela então secretária da pasta, Theresa May, que depois se tornou primeira-ministra. A medida anterior obrigava os estudantes estrangeiros a deixar o Reino Unido em até quatro meses após o término dos estudos.

A mudança se aplica a estudantes estrangeiros do nível universitário ou de pós-graduação que iniciarão os estudos no próximo ano. Em 2018, o Reino Unido tinha 450 mil estrangeiros nessas condições.

Para se encaixar nas novas regras, os estudantes devem estudar em uma instituição com histórico de manutenção de controle de imigração.

Segundo a nova regra, não há restrições sobre o tipo de trabalho em que o estrangeiro pode atuar depois de terminar os estudos.

Para a indiana Shreya Swamy, a proposta é um "grande passo", mas "tardia", pois a medida não vai ajudar estudantes que já moram no Reino Unido.

A mudança será aplicada para aqueles que começarem os estudos no primeiro nível universitário ou superior a partir do próximo ano
A mudança será aplicada para aqueles que começarem os estudos no primeiro nível universitário ou superior a partir do próximo ano
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Swamy está fazendo um mestrado no país. Ela diz que enfrenta muitas dificuldades para conseguir emprego devido à norma atual, que só lhe dá quatro meses para conseguir um trabalho.

Empregos para estudantes estrangeiros "são quase nulos", diz ela, também culpando sua falta de experiência.

"Sinto-me realmente desamparada e quase arrependida de estudar, porque vou acabar voltando para casa com um diploma que custou muito caro."

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que, com a mudança, os estudantes poderão "desbloquear seu potencial" e começar suas carreiras no país.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Sajid Javid, acrescentou que o governo "deveria ter revertido essa política tola anos atrás".

Mas Alp Mehmet, diretor da Migration Watch UK - um grupo que defende o controle da imigração - criticou a ação do governo, chamando-a de "retrocesso".

"Nossas universidades estão atraindo um número recorde de estudantes estrangeiros. Então não há necessidade de desvalorizar o visto de estudante, tornando-o um caminho para trabalhar aqui", acrescentou.

No ano passado, cerca de 450 mil estudantes estrangeiros estavam no Reino Unido
No ano passado, cerca de 450 mil estudantes estrangeiros estavam no Reino Unido
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Um novo projeto

O anúncio do governo coincide com o lançamento de um projeto no valor de US$ 250 milhões (R$ 1 bilhão) do Biobank do Reino Unido, um recurso que contém informações e amostras de 500 mil pessoas.

O Biobank do Reino Unido coletou amostras de DNA e informações de saúde de 500 mil voluntários britânicos por vários anos e agora está aberto a pesquisadores de qualquer lugar do mundo que desejem usar esses recursos para desenvolver novos tratamentos para doenças.

Johnson disse que esses projetos não seriam possíveis "sem (o país) estar aberto às melhores e mais brilhantes pessoas do mundo para estudar e trabalhar" no Reino Unido.

"É por isso que estamos apresentando um novo caminho para estudantes estrangeiros desbloquearem seu potencial e iniciarem suas carreiras no Reino Unido", acrescentou o primeiro-ministro.

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