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Reino Unido alerta Rússia sobre intoxicação misteriosa de ex-agente duplo

6 mar 2018 - 11h16
(atualizado às 13h16)
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O Reino Unido advertiu nesta terça-feira que irá responder fortemente se for provado que a Rússia está por trás da misteriosa intoxicação na Inglaterra de um ex-agente duplo russo condenado por trair dezenas de espiões russos a favor da inteligência britânica.

Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, em Londres 06/07/2018 REUTERS/Peter Nicholls
Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, em Londres 06/07/2018 REUTERS/Peter Nicholls
Foto: Reuters

O secretário de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, identificou Sergei Skripal, ex-coronel do Departamento Central de Inteligência russo, e sua filha, Yulia, como as duas pessoas que foram encontradas inconscientes em um banco do lado de fora de um shopping no sul da Inglaterra.

Skripal, de 66 anos, e sua filha Yulia, de 33 anos, foram expostos ao que a polícia disse ser uma substância desconhecida na cidade britânica de Salisbury. Ambos ainda estão em estado grave e sob tratamento intensivo.

"Eu digo a governos por todo o mundo que nenhuma tentativa de acabar com uma vida inocente no território do Reino Unido passará sem sanções ou punições", disse Johnson ao Parlamento britânico, acrescentando que a Rússia é uma força maligna no mundo.

"Embora seria errado pré-julgar na investigação, eu posso garantir à Câmara que caso surjam evidências que sugiram responsabilidade estatal, então o governo da sua majestade irá responder de forma apropriada e robusta", disse.

Johnson acrescentou que até mesmo a participação do Reino Unido na Copa do Mundo da Rússia deste ano está sob risco. A seleção da Inglaterra é a única representante britânica classificada para o Mundial de junho/julho.

SUBSTÂNCIA MISTERIOSA

A polícia do Reino Unido se empenhou nesta terça-feira em identificar a substância que pode ter envenenado o ex-agente duplo russo.

Mark Rowley, principal autoridade de contraterrorismo do Reino Unido, disse que os investigadores precisam "estar cientes de ameaças de Estado" desde que Sergei Skripal adoeceu.

"Atualmente eles estão sendo tratados da possível exposição a uma substância desconhecida", disse a polícia de Wiltshire em um comunicado. "Ambos continuam em estado crítico e sob tratamento intensivo".

As autoridades britânicas disseram não existir nenhum risco conhecido para o público, mas a polícia isolou a área onde o ex-espião foi encontrado, que abriga uma pizzaria chamada Zizzi e um pub chamado Bishop's Mill, no centro de Salisbury.

Alguns investigadores chegaram a vestir trajes amarelos contra contaminação química, mas a maioria dos policiais no local não as usava.

Skripal, que informou a identidade de dezenas de espiões russos à agência de inteligência estrangeira britânica MI6, recebeu refúgio no Reino Unido depois de ser trocado por espiões russos pegos no Ocidente em 2010, como parte de uma troca de espiões realizada no aeroporto de Viena reminiscente da Guerra Fria.

"Temos que lembrar: os exilados russos não são imortais, todos eles morrem, e pode haver uma tendência a teorias conspiratórias", disse Rowley à rádio BBC. "Mas da mesma maneira temos que estar cientes de ameaças de Estado", acrescentou, citando o assassinato de Alexander Litvinenko, ex-agente russo que desertou no Reino Unido e morreu envenenado em circunstâncias jamais esclarecidas.

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