Regime líbio aceita negociar reformas sem saída de Kadafi
O regime líbio afirmou nesta segunda-feira que aceita negociar uma ampla reforma política, incluindo eleições ou um referendo, mas com a permanência do coronel Muammar Kadafi.
"A maneira como a Líbia é governada é um tema a parte. Que sistema político vamos aplicar neste país? Isto é negociável, podemos conversar, é possível fazer tudo, eleições, referendo e etc", disse o porta-voz do governo líbio Mussa Ibrahim.
O porta-voz precisou que "o líder (Muammar Kadafi) é a válvula de segurança para o país e para a unidade da população e das tribos. Pensamos que ele é muito importante para qualquer transição a um modelo democrático e transparente".
Líbia: de protestos contra Kadafi a guerra civil e intervenção internacional
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques de França, Reino Unido e Estados Unidos.