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Região síria de Idlib tem confrontos letais horas após acordo de cessar-fogo

6 mar 2020 - 10h11
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Confrontos mortais ocorreram na região síria de Idlib nesta sexta-feira, horas após um acordo de cessar-fogo acertado entre Rússia e Turquia com o objetivo de encerrar os combates no último enclave controlado pelos rebeldes na Síria.

Soldados sírios no sul da província de Idlib
05/03/2020
SANA/Handout via REUTERS
Soldados sírios no sul da província de Idlib 05/03/2020 SANA/Handout via REUTERS
Foto: Reuters

Um grupo de monitoramento da guerra e uma fonte rebelde disseram que os confrontos eclodiram na região de Jabal al-Zawiya entre forças do governo sírio e insurgentes jihadistas do Partido Islâmico do Turquistão. Ao menos 15 pessoas morreram, segundo o Observatório Sírio.

Moradores e forças da oposição afirmaram que a violência diminuiu em outros lugares.

Mas os confrontos ressaltam a fragilidade do acordo de quinta-feira entre a Rússia, que apoia as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, e a Turquia. Ancara apoia combatentes rebeldes, mas tem menos influência sobre os jihadistas radicais que controlam grande parte de Idlib.

O cessar-fogo visa conter um conflito que deslocou quase um milhão de pessoas em três meses no noroeste da Síria.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, prometeu reverter os recentes avanços das forças de Assad em Idlib. No entanto, o acordo de quinta-feira congelou o conflito ao longo das linhas de frente existentes, consolidando ganhos significativos pelas forças do governo sírio.

"Pode haver críticas, mas a nossa prioridade era um cessar-fogo e conseguimos. Algumas metas não foram alcançadas, mas isso vale para os dois lados", disse uma autoridade turca de alto escalão.

Vários acordos anteriores para encerrar os combates em Idlib não vingaram. Analistas e moradores disseram que temiam que o cessar-fogo mais recente também fracassasse, pois não abordou a crise humanitária ou a proteção do ar em detalhes.

"Qualquer acordo de cessar-fogo em Idlib, a menos que tenha uma dimensão de zona de exclusão aérea, está fadado ao fracasso. Os acordos no passado nunca levaram à diminuição da violência. Só congelaram a crise até a próxima escalada", disse Galip Dalay, do IPC-Mercator no Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.

Ao chegar a uma reunião de ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Zagreb, o ministro holandês Stef Blok disse que o acordo de cessar-fogo deve ser cimentado com uma zona de exclusão aérea para impedir mais bombardeios de hospitais.

Os recentes combates desencadearam o que a Organização das Nações Unidas diz ser a pior crise humanitária em uma guerra que afastou milhões de suas casas e matou centenas de milhares.

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