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Raiva de norte-americanos pode ajudar democratas na eleição parlamentar, diz pesquisa Reuters/Ipsos

24 out 2018 - 13h43
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Ben Chico, republicano de 67 anos do Estado norte-americano da Califórnia, disse que seu aborrecimento com os democratas se transformou em raiva quando soube que eles podem tentar o impeachment do presidente Donald Trump depois das eleições de 6 de novembro.

Plenário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos
03/01/2017
REUTERS/Jonathan Ernst
Plenário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos 03/01/2017 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Eden Stramer, democrata de 23 anos da Dakota do Norte, diz que a possibilidade de o aborto voltar a ser ilegal a deixou indignada.

E Pattie Blair, eleitora democrata de 74 anos de Phoenix, diz que a raiva a domina sempre que vê Trump na televisão.

"É a situação mais negativa e sombria na qual se pode estar", opinou ela. "É como estar dentro de um balde do qual não se consegue sair --uma mão fica empurrando você para baixo toda vez que você tenta vir à superfície."

Há pessoas furiosas em todo o país. Após a eleição presidencial agressiva de 2016, a raiva continua a dominar a arena pública, dos protestos inflamados com grandes multidões a debates acalorados nas redes sociais que dividem famílias e amigos.

Essa cólera levará os eleitores às urnas nas eleições do mês que vem --e uma indignação maior do eleitorado democrata pode dar impulso aos candidatos do partido, mostraram dados de uma pesquisa Reuters/Ipsos.

A pesquisa, que obteve respostas emotivas de mais de 21 mil pessoas ao longo de dois meses, revelou que os democratas estão especialmente furiosos com a prática hoje abandonada do governo Trump de separar famílias de imigrantes sem documentos na fronteira com o México, o potencial de uma interferência da Rússia em futuras eleições dos EUA e o próprio presidente republicano.

Os republicanos estão mais irritados com a possibilidade de o Congresso tentar remover Trump com um impeachment, com imigrantes sem documentos entrando no país e com a grande mídia.

Embora as eleições de meio de mandato decidam milhares de cargos, de autoridades estaduais a governadores, o foco é o controle do Congresso. Pesquisas de opinião apontam que os democratas têm uma chance de conseguir as 23 cadeiras de que necessitam para obter a maioria na Câmara dos Deputados. A disputa é menos acirrada no Senado, onde precisam de dois assentos, mas defendem 26 deles, incluindo 10 em Estados nos quais Trump venceu em 2016.

Os norte-americanos com raiva estão mais inclinados a votar, e normalmente os democratas se mostram mais irritados com as questões que priorizam do que os republicanos, segundo a sondagem Reuters/Ipsos.

Trata-se de uma mudança em relação a dois anos atrás, quando republicanos e democratas estavam igualmente furiosos, disse Nicholas Valentino, especialista em comportamento do eleitor da Universidade de Michigan que colaborou com a pesquisa e analisou os resultados para a Reuters.

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