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Quase 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças, diz ONU

Relatório foi divulgado nesta sexta-feira (8), em Genebra

8 nov 2024 - 14h57
(atualizado às 16h33)
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Cerca de 70% das pessoas mortas na Faixa de Gaza em seis meses da guerra deflagrada entre Israel e o Hamas são mulheres e crianças, apontou um relatório divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

    O documento publicado em Genebra abrange o período de seis meses dos ataques israelenses, bombardeios e outros atos de hostilidade, de 1º de novembro de 2023 a 30 de abril de 2024, e indica "uma violação sistemática dos princípios fundamentais do direito humanitário internacional, incluindo a distinção e a proporcionalidade".

    Com 32 páginas, o relatório descreve em detalhes "a terrível realidade que ocorreu para o povo de Israel e de Gaza desde 7 de outubro de 2023" e enfatiza que deve ser feita justiça pelas graves violações do direito internacional que foram cometidas.

    "Os assassinatos de civis e as violações do direito internacional examinadas podem, em muitos casos, constituir crimes de guerra", acrescenta a ONU.

    De acordo com a organização, se cometidas "como parte de um ataque generalizado ou sistemático dirigido contra uma população civil, de acordo com a política estatal ou organizacional, estas violações podem constituir crimes contra a humanidade".

    Além disso, o texto alerta que, se ocorrerem "com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, podem também constituir genocídio".

    O documento do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos mostra ainda como os civis sofreram o impacto dos ataques, também através do "cerco total" inicial de Gaza pelas forças israelenses, bem como as falhas do governo israelense em permitir a entrada de ajuda humanitária, destruição e repetidos deslocamentos em massa.

    "Esta conduta das forças israelenses causou níveis sem precedentes de assassinatos, mortes, feridos, fome e doenças", afirma, acrescentando que "grupos armados palestinos também conduziram hostilidades que contribuíram para prejudicar civis".

    Por fim, o relatório reforça que atos semelhantes, condenados pela ONU, bem como as "graves violações do direito internacional em grande escala" cometidas em 7 de outubro de 2023 pelo Hamas e outros grupos armados palestinos contra civis israelenses e estrangeiros, "poderiam constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade".

    Ao comentar o relatório, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, enfatizou a necessidade de Israel cumprir plena e imediatamente estas obrigações internacionais. .

Ansa - Brasil
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