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Pyongyang ainda vê arsenal nuclear como ferramenta para obter concessões, dizem analistas

13 nov 2018 - 12h34
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Em meio aos sinais de que as negociações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos estão emperrando, analistas dizem que Pyongyang ainda vê seu arsenal nuclear como uma ferramenta crucial para garantir a segurança nacional e obter concessões de rivais internacionais.

Imagem de divulgação do míssil balístico Hwasong-14, em Pyongyang 04/07/2017 KCNA/via REUTERS
Imagem de divulgação do míssil balístico Hwasong-14, em Pyongyang 04/07/2017 KCNA/via REUTERS
Foto: Reuters

Assim como os EUA dobraram as sanções contra Pyongyang, o líder norte-coreano, Kim Jong Un, tampouco recuou de sua promessa de ampliar a força operacional de bombas nucleares e mísseis balísticos, aumentando a alavancagem em qualquer acordo de desnuclearização.

Na segunda-feira, um centro de pesquisas dos EUA disse ter identificado ao menos 13 de estimadas 20 bases de mísseis ativas e nunca declaradas dentro da Coreia do Norte, ressaltando o desafio dos negociadores norte-americanos que esperam persuadir Kim a abdicar de seus programas nucleares.

À medida que o tempo passa, a provável expansão do arsenal norte-coreano pode obrigar Washington a repensar sua insistência em uma desnuclearização total, disse Moon Hong-sik, pesquisador visitante do Instituto de Estratégia de Segurança Nacional de Seul.

"Esta é a escolha que os Estados Unidos têm que fazer: continuar buscando o ideal da 'desnuclearização completa, verificável e irreversível' ou levar esse dilema em consideração e fazer uma concessão por uma desnuclearização limitada", disse.

O presidente dos EUA, Donald Trump, se reuniu com Kim em uma cúpula inédita em Cingapura em junho, quando os dois concordaram em "trabalhar rumo à desnuclearização completa da Península Coreana".

Mas levando em conta os sinais escassos de progresso vistos nas tratativas desde então e o cancelamento recente de reuniões de alto nível, Trump disse na semana passada que agora não está "com nenhuma pressa" e que ainda quer se encontrar com Kim uma segunda vez.

Autoridades norte-americanas disseram que as sanções forçaram a Coreia do Norte a ir à mesa de negociação e prometeram continuar pressionando até obterem a desnuclearização total -- mas Pyongyang atribuiu aos seus avanços nucleares e de mísseis a estatura que alcançou diante das maiores potências mundiais.

As palavras do próprio Kim levam a crer que seu país continuará com a produção e o desenvolvimento do programa nuclear enquanto negocia a desnuclearização com Washington, dizem especialistas.

"No discurso de Ano Novo de 2018, Kim Jong Un defendeu que se passasse para a produção e o desenvolvimento de armas nucleares e mísseis em larga escala", disse Joshua Pollack, pesquisador associado sênior do Centro James Martin de Estudo para a Não-Proliferação, sediado nos EUA.

"Ele nunca disse ou fez nada desde então que contradissesse isso".

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