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Putin diz que Ocidente ainda não abordou preocupações importantes da Rússia em impasse sobre Ucrânia

28 jan 2022 - 16h10
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira que os Estados Unidos e a Otan ainda não abordaram as principais exigências de segurança no impasse em relação à Ucrânia, mas falou que está pronto para continuar negociando. 

Putin ofereceu sua primeira reação às respostas dos EUA e da Otan às demandas russas em uma conversa por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron, após semanas de silêncio público sobre a crise, na qual a Rússia organizou suas tropas próximas à fronteira com a Ucrânia. 

Segundo o Kremlin, Putin disse a Macron que irá estudar as respostas oferecidas por Washington e a Otan nesta semana, antes de decidir sobre novas ações. 

Uma autoridade ligada à presidência da França afirmou que Putin ressaltou não querer o agravamento da situação, repetindo comentários conciliadores do ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, segundo o qual Moscou não quer uma guerra. 

"As atenções se voltaram para o fato de que as respostas dos Estados Unidos e da Otan não levaram em conta as principais preocupações da Rússia", afirmou o Kremlin sobre a conversa de Putin com Macron. 

Foram listados interesses como evitar a expansão da Otan, o não destacamento de armas ofensivas próximas às fronteiras da Rússia e o retorno de "capacidades e infra-estrutura militares" da Otan para onde estavam antes dos países da Europa Oriental, que formavam o antigo Pacto de Varsóvia, se juntarem à aliança ocidental. 

"A principal questão foi ignorada: como os Estados Unidos e seus aliados pretendem seguir o princípio de integridade de segurança... de que ninguém deveria fortalecer sua segurança às custas da segurança de um outro país", apontou o Kremlin. 

Os Estados Unidos e a Otan deixaram claro que algumas das exigências da Rússia não tinham chance de avançar, mas também deixaram a porta aberta para o diálogo. 

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a aliança militar ocidental observa de perto enquanto a Rússia, que já tem dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia, move suas tropas e armamentos até Belarus para exercícios. 

Stoltenberg disse estar pronto para intensificar a presença de tropas no leste Europeu caso a Rússia adote novas ações agressivas contra a Ucrânia, e avisou que um ataque russo pode assumir várias formas, incluindo um ataque virtual, uma tentativa de golpe ou sabotagem. 

"Do lado da Otan, estamos prontos para engajar no diálogo político. Mas também estamos prontos para responder caso a Rússia escolha o caminho do conflito armado", afirmou Stoltenberg em Bruxelas. 

Lavrov afirmou que deve se encontrar com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nas próximas semanas. A última reunião entre os dois, no dia 21 de janeiro em Genebra, não produziu avanços. 

"Se depender da Rússia, não haverá guerra. Não queremos guerras. Mas também não queremos que nossos interesses sejam rudemente atropelados, ignorados", disse Lavrov a algumas rádios russas. 

Sem oferecer detalhes, Lavrov disse que as contra-propostas dos EUA eram melhores que as da Otan. 

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