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Putin aumenta retórica anti-EUA e mantém silêncio sobre reeleição

19 out 2017 - 19h36
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizou nesta quinta-feira uma de suas críticas mais duras à política externa dos Estados Unidos, listando o que chamou de algumas das maiores traições nas relações entre EUA e Rússia.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante evento em Sochi
19/10/2017 REUTERS/Alexander Zemlianichenko/Pool
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante evento em Sochi 19/10/2017 REUTERS/Alexander Zemlianichenko/Pool
Foto: Reuters

Ele se negou a dizer se irá concorrer ao quarto mandato presidencial em uma eleição marcada para março, embora a expectativa seja de que ele participe, após dominar a política russa por 18 anos.

Ele usou uma discussão televisionada de alto escalão com acadêmicos estrangeiros no sul da Rússia para chamar atenção para o que considera como os dias mais sombrios nas relações entre EUA e Rússia.

Pesquisas de opinião sugerem que retóricas duras em relação ao Ocidente agradam muitos eleitores russos, que dão créditos a Putin pela restauração do orgulho nacional e por se levantar contra o que veem como invasão ocidental.

Indagado por um acadêmico da Alemanha sobre quais erros Moscou cometeu em suas relações com o Ocidente, Putin disse ao fórum de discussões Valdai, na cidade de Sochi: "Nosso maior erro foi que confiamos muito em vocês. Vocês interpretaram nossa confiança como fraqueza e vocês exploraram isto".

Visivelmente nervoso às vezes, Putin projetou a Rússia como o lado injustiçado e sua liderança pós-União Soviética como muito ingênua e confiante.

"Infelizmente, nossos parceiros ocidentais, tendo dividido o legado geopolítico da URSS, estavam certos de seu próprio direito incontestável tendo se declarado como vitoriosos da 'Guerra Fria'", disse Putin.

"Eles começaram a interferir abertamente nas questões soberanas de países e exportar democracia da mesma maneira como na época deles a liderança soviética tentou exportar a revolução socialista para o mundo todo."

Putin disse que relações entre EUA e Rússia estão em um estado lamentável, se referindo a uma campanha anti-Rússia "sem precedentes" nos Estados Unidos, o fechamento de instalações diplomáticas russas nos EUA e a pressão sobre a mídia russa por autoridades norte-americanas.

Ele não destacou o presidente dos EUA, Donald Trump, por críticas pessoais, mas disse que o comportamento de Trump é imprevisível, como um resultado de inimigos políticos que estão prevenindo-o de cumprir quase todas suas promessas políticas.

Putin disse que os EUA estão tentando afetar a participação da Rússia nos mercados europeus de energia com seu pacote mais recente de sanções, que Trump assinou com ressentimento como lei em agosto após o Congresso aprová-las.

"O pacote de sanções mais recente adotado pelo Congresso dos EUA foi projetado abertamente para empurrar a Rússia para fora dos mercados de energia da Europa e forçar a Europa a trocar para gás natural liquefeito mais caro dos Estados Unidos, mesmo que volumes lá ainda não sejam suficientes", disse.

Ele criticou antecessores de Trump, descrevendo como acredita que os Estados Unidos haviam traído a Rússia na década de 1990 ao não retribuir o que chamou de acesso sem precedentes que Moscou deu a Washington para instalações nucleares secretas russas.

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