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Primeiro-ministro britânico tem liderança contestada por membros de seu partido

19 jan 2022 - 09h38
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, luta para manter seu cargo nesta quarta-feira, em meio a um levante de parlamentares de seu próprio Partido Conservador, que estão enfurecidos com uma série de festas na residência oficial de Downing Street durante períodos de lockdown para conter a Covid-19. 

Projetado ao poder para "entregar o Brexit", Johnson conquistou em 2019 a maioria mais expressiva do partido em mais de 30 anos, mas agora enfrenta pedidos para renunciar após uma série de revelações sobre festas em Downing Street --onde ficam a residência oficial e o gabinete do primeiro-ministro-- durante períodos de lockdown contra a Covid-19. 

Johnson se desculpou repetidamente pelas festas e disse que não estava ciente de muitas delas. Ele, no entanto, compareceu ao que disse acreditar ser um evento de trabalho no dia 20 de maio de 2020, ao qual os convidados receberam orientações para "trazer sua própria bebida". 

Para provocar um desafio de liderança, 54 dos 360 membros conservadores do Parlamento precisam escrever cartas de não confiança ao presidente do Comitê 1922 do partido. 

Até 20 parlamentares que conquistaram suas vagas na última eleição nacional em 2019 planejam enviar cartas de não confiança em Johnson, reportou o Telegraph. Vários outros disseram já ter escrito as cartas. 

"Grupo de MPs (membros do parlamento) de 2019 vai enviar cartas para tentar chegar à marca de 54 para provocar uma disputa", disse a editora de Política da BBC Laura Kuenssberg no Twitter. "Eles podem chegar a 54." 

Uma análise do jornal The Times mostrou que 58 parlamentares haviam criticado abertamente o primeiro-ministro. 

Derrubar Johnson deixaria o Reino Unido em um limbo por meses, enquanto o Ocidente lida com a crise ucraniana e a quinta economia do planeta lida com uma onda inflacionária provocada pela pandemia de Covid, com a inflação no Reino Unido batendo o maior nível em quase 30 anos. 

Os principais rivais dentro do Partido Conservador incluem o chanceler do Tesouro, Rishi Sunak, de 41 anos, e a secretária de Relações Exteriores, Liz Truss, de 46 anos. 

Na terça-feira, Johnson rejeitou uma acusação de seu ex-conselheiro de que havia mentido ao Parlamento sobre uma festa de lockdown, dizendo que ninguém havia avisado que a reunião do "traga sua própria bebida" poderia quebrar as regras contra a Covid-19. 

Ele evitou responder perguntas sobre se renunciaria caso fosse provado que havia mentido ao Parlamento, dizendo apenas que queria esperar o desfecho de uma investigação interna. 

Johnson irá se dirigir ao Parlamento na quarta-feira depois que seu gabinete aprovar os planos para encerrar as restrições impostas para combater a propagação da Covid-19 na Inglaterra. 

Líderes de oposição acusam Johnson de ser um mentiroso em série e pediram que ele renuncie. 

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