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Pressão sobre Brexit cresce, mas governo do Reino Unido diz não a segundo referendo

16 dez 2018 - 13h50
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O governo do Reino Unido não está preparando um segundo referendo sobre a saída da União Europeia, processo conhecido como "Brexit", disseram ministros neste domingo, mantendo a visão de que o acordo da primeira ministra Theresa May ainda pode passar pelo Parlamento com poucas alterações.

May adiou uma votação na semana passada sobre seu acordo de deixar a União Europeia por avaliar que perderia no Parlamento e tentou assegurar "garantias" do bloco para tentar vender melhor a proposta a legisladores céticos. Bruxelas disse na semana passada estar pronta para ajudar, mas alertou que May não poderia renegociar o acordo.

Com menos de quatro meses antes do prazo estipulado para o Reino Unido deixar a UE, em março, o Brexit, maior mudança no comércio e na política externa britânicas em mais de 40 anos, está se provando qualquer coisa menos tranquilo, em meio a profundas divisões no Parlamento e em todo o país.

Com May enfrentando impasses no Parlamento por conta do acordo e a UE oferecendo pouco até agora, mais políticos estão falando sobre a possibilidade de o Reino Unido sair sem um acordo ou em um segundo referendo que poderia impedir a realização do Brexit.

Perguntado sobre se o governo estava preparando uma votação, o ministro da Educação Damian Hinds disse à Sky News:"Não, um segundo referendo geraria divisões. Tivemos o voto do povo, tivemos o referendo e agora temos que seguir com sua implementação".

O ministro do comércio Liam Fox também afirmou que um segundo referendo "perpetuaria" as profundas divisões no Reino Unido, acrescentando que a primeira ministra estava assegurando as garantias necessárias para convencer o Parlamento a apoiar seu acordo.

Ele disse, no entanto, que isso levará um tempo.

"Acontecerá ao longo do Natal, não vai acontecer esta semana, não vai ser rápido, irá acontecer em algum momento no Ano Novo", disse ele ao programa de Andrew Marr na BBC.

Quanto maior fora a demora, no entanto, vozes que pedem uma mudança de rumo ficam mais altas e cresce a pressão para que o Partido Trabalhista, principal partido de oposição, tome ações contra o governo.

May sobreviveu a um voto de desconfiança de seu próprio partido na semana passada, mas os partidos de oposição estão pedindo que o Partido Trabalhista proponha uma moção parlamentar de desconfiança contra o governo nesta semana.

O Partido Trabalhista tem afirmado repetidamente que irá pedir tal moção "no melhor momento", ou quando souber que pode vencer, e por hora irá tentar forçar o governo a levar seu acordo ao Parlamento mais cedo.

Andrew Gwynne, chefe de políticas do Partido Trabalhista para comunidades e governo local, disse: "Usaremos quaisquer mecanismos que temos à nossa disposição na próxima semana para tentar e forçar o governo a levar o acordo para votação antes do Natal."

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