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Presidente pede reflexão sobre erros em cerimônia na Itália

Mattarella foi a homenagem às vitimas de Covid em Bergamo

29 jun 2020 - 07h41
(atualizado às 07h50)
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Durante a cerimônia que lembrou as vítimas do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na província de Bergamo neste domingo (28), o presidente da Itália, Sergio Mattarella, pediu que a lembrança de tantas mortes cause uma reflexão sobre os erros cometidos durante o ápice da pandemia.

"Recordar, antes de tudo, significa lembrar os nossos mortos e significa também assumir com plena consciência o que aconteceu. Sem ceder à tentação ilusória de colocar entre parênteses aqueles meses dramáticos para voltar a ser o que era antes. Recordar significa refletir, seriamente, com rigorosa precisão, sobre aquilo que não funcionou, sobre as carências do sistema, sobre os erros que precisamos evitar repetir", disse aos presentes.

O evento na cidade homônima de Bergamo contou com a presença de uma orquestra da região e dos 324 prefeitos de todas as comunas que formam a província. Conforme os organizadores, os parentes das vítimas não puderam participar presencialmente da celebração porque seriam tantos que "seria impossível" evitar uma aglomeração.

Segundo Mattarella, durante a cerimônia em Bergamo, "está a Itália que sofreu, que foi ferida, que chorou". Apesar da cobrança da reflexão, o mandatário também ressaltou tudo que de positivo surgiu durante a crise sanitária da Covid-19, como a "extraordinária disponibilidade e humanidade de médicos, enfermeiros, equipes sanitárias, administradores públicos, homens e mulheres da Defesa Civil, militares, das forças de ordem e voluntários".

O presidente ainda deixou uma mensagem de esperança para o país nesse momento de reabertura e reconstrução.

"A estrada da retomada é estreita e íngreme e deve ser percorrida com coragem e determinação. Com tenacidade e obstinação, com espírito de sacrifício. São as qualidades dessa terra, que hoje falam para toda a Itália, que mostram que juntos podemos olhar com confiança o nosso futuro", afirmou o líder político pedindo para que os italianos de hoje tenham a "mesma vontade de mudar e de reconstruir que as outras gerações anteriores a nossa" tiveram.

A província de Bergamo é a quarta mais afetada pela Covid-19 em números absolutos, mas acabou tornando-se um dos símbolos da tragédia sanitária no país no ápice da pandemia. Isso porque uma imagem em que caminhões militares faziam fila na capital para transportar os corpos das vítimas da doença rodou o mundo.

No momento mais crítico, a província chegou a ficar sem espaço nos crematórios e para enterros dos corpos nos cemitérios.

A Defesa Civil e o Ministério da Saúde não informam as vítimas e os casos por cidades, apenas por regiões e províncias. No entanto, diversos levantamentos feitos pelo Instituto de Estatística Italiano (Istat), mostraram que no mês de março a província teve uma alta de 568% no número de óbitos na comparação com o mesmo período entre 2015 e 2019.

Outra pesquisa mostrou que a localidade deve ter uma queda entre cinco e seis anos na expectativa de vida por conta do coronavírus. (Sars-CoV-2).

Ansa - Brasil   
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