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Presidente da Itália deve dissolver Parlamento em 28/12

A medida antecede o início da campanha eleitoral no país

26 dez 2017 - 18h58
(atualizado às 19h07)
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Com a aprovação definitiva da Lei Orçamentária para 2018, no último fim de semana, a Itália vive os últimos dias antes do início oficial de uma campanha eleitoral que se desenha bastante acirrada.

O presidente da Itália, Sergio Mattarella
O presidente da Itália, Sergio Mattarella
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

No Parlamento do país, dá-se como certo que o presidente italiano, Sergio Mattarella, dissolverá a Câmara dos Deputados e o Senado na próxima quinta-feira (28), após uma coletiva de imprensa de fim de ano do primeiro-ministro Paolo Gentiloni.

Durante o encontro com os jornalistas, o premier deve dar seu governo por encerrado, abrindo caminho para a dissolução do Parlamento - inicialmente, acreditava-se que essa etapa poderia ocorrer um dia antes, mas Mattarella decidiu esperar a coletiva do premier.

Na visão do Palácio do Quirinale, sede da Presidência da República, a 17ª legislatura deu claros sinais de esgotamento ao não conseguir quorum para votar no Senado o projeto de lei que introduz o "jus soli" no país, o último tema "quente" ainda pendente no Parlamento.

Defensores da iniciativa pressionam Mattarella para que ele adie a dissolução do Parlamento até que o texto seja aprovado, porém, até o momento, nada indica que o presidente acatará o pedido. O fim da legislatura é estabelecido por um decreto do chefe de Estado, contra-assinado pelo primeiro-ministro.

A partir disso, as eleições podem ser marcadas para qualquer data em um período entre 45 e 70 dias depois da dissolução do Parlamento - ou seja, entre 11 de fevereiro e 8 de março. O mais provável é que a votação ocorra em 4 de março, um domingo.

No dia 31 de dezembro, em seu discurso de fim de ano, Mattarella dará o pontapé inicial na campanha eleitoral. Nesse período, Gentiloni permanecerá na poltrona de primeiro-ministro para lidar com os assuntos do dia a dia do governo.

Depois da renúncia de Matteo Renzi, há um ano, o presidente foi bastante pressionado a antecipar o fim da legislatura e as eleições. Tanto a oposição, capitaneada pelo antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e pela ultranacionalista Liga Norte, quanto a ala do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) fiel ao ex-primeiro-ministro desejavam ir às urnas o mais brevemente possível, mas o chefe de Estado resistiu.

Em seu discurso de Réveillon, ele deve fazer um apelo por uma campanha "serena" e que mantenha a ordem institucional no país. O objetivo do presidente é promover uma transição tranquila, sem que Gentiloni seja desacreditado por uma moção de desconfiança.

O premier deve seguir no cargo inclusive no período pós-eleitoral de formação de governo e, se as pesquisas estiverem certas, o novo Executivo pode demorar algumas semanas para surgir, repetindo o que já aconteceu na Espanha, na Alemanha e na própria Itália.

Ansa - Brasil   
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