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Presidente da Itália conclui consultas com partidos

29 jan 2021 - 14h59
(atualizado às 15h02)
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O presidente da Itália, Sergio Mattarella, concluiu nesta sexta-feira (29) as consultas com os partidos políticos para verificar a possibilidade de empossar um novo governo com maioria no Parlamento.

Salvini com lideranças de direita após reunião com Mattarella
Salvini com lideranças de direita após reunião com Mattarella
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Após a renúncia de Giuseppe Conte, que segue no cargo de premiê para cuidar de assuntos correntes, o chefe de Estado se reuniu com todas as legendas com bancadas parlamentares em busca de soluções para uma crise política deflagrada em plena pandemia.

O último partido recebido por Mattarella foi o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), principal fiador de Conte e que mostrou sinais de abertura para a possibilidade de reconstruir a aliança com o ex-premiê Matteo Renzi, pivô da crise.

"Dá para aceitar que existam vetos ou personalismos? Ou é o momento da responsabilidade e de dar um passo à frente, todos juntos?", declarou o líder político do M5S, Vito Crimi.

Ao longo dos últimos dias, membros do partido deram a entender que não havia possibilidade de se aliar a Renzi novamente, mas a legenda do ex-premiê, o centrista Itália Viva (IV), comprovou ser determinante para Conte ter maioria absoluta no Parlamento.

"Demos ao presidente Mattarella a nossa disponibilidade para um debate com quem se preocupa com o país, para um governo político a partir das forças de maioria atuais. A única pessoa capaz de presidir esse governo é Giuseppe Conte", ressaltou Crimi.

O primeiro-ministro demissionário também tem o apoio do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) e de legendas nanicas do campo progressista ou que representam minorias linguísticas e os italianos no exterior.

No entanto, Conte ainda não conseguiu chegar ao número mágico de 161 votos para ter maioria no Senado, algo que só deve ser possível com o retorno do IV à coalizão - na Câmara, sua situação é mais confortável. O partido de centro havia rompido com o governo por discordar de suas políticas econômicas, especialmente em relação à gestão de repasses da União Europeia.

"Nós havíamos pedido que houvesse uma postura clara dos outros partidos da maioria em relação a nós para uma maioria política séria. Parece-me que a resposta foi coerente, vamos ver agora as próximas etapas", disse o presidente do Itália Viva, Ettore Rosato.

Por outro lado, a moderação da postura do M5S já provoca mau humor interno. "Se o movimento retornar à linha anterior, eu apoio. Do contrário, adeus e obrigado", afirmou o ex-deputado Alessandro Di Battista, um dos principais expoentes do partido.

Com a conclusão das consultas, a definição dos próximos passos cabe agora a Mattarella, que pode conceder um mandato exploratório para Conte tentar reconstruir a aliança com o Itália Viva.

Outra hipótese seria dar esse papel ao presidente da Câmara, Roberto Fico (M5S), que tem trânsito entre forças de centro e esquerda. Nesse caso, Fico teria a função de conversar com os partidos para verificar se é possível restabelecer a coalizão, tendo Conte ou outro político como primeiro-ministro.

Oposição

Mattarella também recebeu nesta sexta-feira as lideranças da coalizão de direita capitaneada pelo senador e ex-ministro do Interior Matteo Salvini.

Durante a reunião, os representantes das forças conservadoras pediram a convocação de eleições antecipadas - a atual legislatura termina apenas em 2023 - e disseram que essa é a única forma de garantir um governo coeso e de maioria sólida.

"Mostramos plena disponibilidade em colaborar com projetos úteis para os italianos, mas não daremos apoio a essa maioria", ressaltou Salvini ao fim do encontro.  

Ansa - Brasil   
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