PUBLICIDADE

Mundo

Premier da Itália tenta se descolar de eleições regionais

Oposição quer conquistar a Emilia-Romagna, bastião da esquerda

24 jan 2020 - 14h14
(atualizado às 14h23)
Compartilhar
Exibir comentários

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou nesta sexta-feira (24) que as eleições regionais do próximo domingo (26) na Emilia-Romagna e na Calábria não terão repercussões sobre o governo.

Giuseppe Conte disse que eleições regionais não terão repercussão no governo
Giuseppe Conte disse que eleições regionais não terão repercussão no governo
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Os dois pleitos, especialmente na Emilia-Romagna, região do norte do país comandada pela esquerda desde sua instituição, em 1970, são vistos pelo líder de extrema direita Matteo Salvini como um atalho para voltar ao poder.

"As eleições de domingo não dizem respeito à sobrevivência do governo nem à minha. Não é um voto sobre o governo, seria absolutamente impróprio pensar que a votação das comunidades emiliano-romagnola e calabresa possa ser um voto sobre o governo", disse Conte durante um evento em Assis.

O primeiro-ministro vive um momento de turbulência, amplificada pela renúncia do chanceler Luigi Di Maio ao cargo de líder político do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), maior partido da base aliada e que sofreu diversas deserções nas últimas semanas.

A oposição de direita já deixou claro que, se vencer as eleições regionais, pedirá a queda do governo no dia seguinte. A coalizão conservadora liderada por Salvini candidatou Jole Santelli, do moderado Força Itália (FI), a governadora da Calábria e Lucia Borgonzoni, da ultranacionalista Liga, na Emilia-Romagna.

Esta última concentrou as atenções do ex-ministro do Interior durante a campanha, já que envolve uma candidata de seu próprio partido e uma região considerada um bastião histórico da esquerda italiana.

A perspectiva de uma vitória da Liga deu origem ao movimento das "sardinhas", que desde o fim do ano passado lotaram praças e ruas da Emilia-Romagna para conter o avanço da extrema direita. O grupo se espalhou rapidamente pelo país, mas a eleição de domingo é vista como um teste crucial para sua capacidade de mobilização no futuro.

As "sardinhas" não são um partido e não têm candidato próprio, mas foram decisivas para devolver o eleitorado progressista às ruas na Emilia-Romagna, cujo governador, Stefano Bonaccini, do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), tenta a reeleição.

As pesquisas colocam Bonaccini na liderança, mas sempre dentro da margem de erro. Já na Calábria, Santelli é franca favorita contra o independente de esquerda Filippo Callipo. O M5S, maior partido da base aliada de Conte, tem papel marginal nas duas disputas.

Avanço

Mesmo fora do poder, Salvini segue com a popularidade em alta e, no fim de outubro, alcançou uma vitória avassaladora nas eleições regionais na Úmbria, outro antigo bastião da esquerda italiana.

Desde as eleições legislativas de 4 de março de 2018, quando o secretário da Liga assumiu a liderança da coalizão de direita com o moderado FI e o extremista Irmãos da Itália (FdI), a aliança vem colecionando vitórias nas urnas.

De lá para cá, sete regiões governadas pelo PD, maior força de esquerda no país, realizaram eleições, e a coalizão conservadora venceu em todas. Entre maio e junho de 2020, outras seis regiões italianas devem eleger novos governadores: Campânia, Marcas, Puglia e Toscana, controladas pela esquerda, e Ligúria e Vêneto, comandadas pela direita.

Ansa - Brasil   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade