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Premiê da Itália renuncia: O que acontece agora?

Presidente fará consultas políticas ou convocará novas eleições

20 ago 2019 - 14h32
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O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, anunciou nesta terça-feira (20) que renunciará ao cargo. O anúncio de Conte foi feito em uma sessão no Senado, em Roma, onde o premier era aguardado para se posicionar sobre a crise política aberta no início de agosto no país, quando o partido Liga Norte informou de maneira unilateral que a coalizão com o Movimento 5 Estrelas (M5S) estava insustentável. Os dois partidos governavam a Itália desde junho de 2018. Apesar das divergências políticas, Liga e M5S se uniram para compor o governo baseado em um "pacto".

    Nas últimas semanas, porém, o clima se acirrou e as legendas votaram em posições contrárias em um projeto de lei sobre um trem de alta velocidade (TAV) entre Turim e Lyon. Foi o estopim para que Matteo Salvini, expoente da Liga e ministro do Interior, decretasse o fim da aliança.

    Conte, em seu discurso hoje no Senado, acusou Salvini de provocar a crise política e decidiu renunciar ao cargo. Nas próximas horas, o premier deverá entregar oficialmente sua renúncia ao presidente Sergio Mattarella, que, a partir de agora, vira o personagem principal do cenário político italiano.

    Existe a pequena possibilidade de Mattarella pedir que Conte se apresente à Câmara dos Deputados e encare uma votação de confiança. Mas, caso aceite a renúncia entendendo que não existe mais uma sustentação da maioria, o chefe de Estado, então, começará a fazer consultas com líderes dos partidos políticos italianos, sondando se seria possível indicar um nome para formar um governo ou se as legendas preferem dissolver o Parlamento e convocar novas eleições. Essas consultas podem começar nesta quarta-feira (21) ou quinta-feira (22). Algumas legendas, como o Partido Democrático (PD) e o próprio M5S, preferem que se chegue a um consenso para indicar um novo premier. Nesse cenário, fontes italianas acreditam até na possibilidade do PD e o M5S se unirem (apesar da oposição histórica de um ao outro). Eles podem ainda alargar a composição com o apoio de outras legendas de centro-direita, como o Força Itália, do ex-premiê Silvio Berlusconi, para garantir a maioria.

    Porém, caso não seja possível formar um novo governo, a Itália será obrigada a convocar novas eleições, opção que favoreceria Salvini. A Liga Norte aparece nas pesquisas de intenção de voto com cerca de 36% das preferências. Com isso, seria necessária apenas uma coalizão com um partido de direita, como o Irmãos da Itália (com 7,5%) ou também com o Força Itália (com 7,1%) para Salvini governar com a maioria.

    De acordo com a Constituição italiana, as eleições devem ocorrer entre 50 e 75 dias após a dissolução do Parlamento.

Ansa - Brasil   
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