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Premiê da Etiópia ganha Nobel da Paz por esforços de paz com Eritreia

11 out 2019 - 07h37
(atualizado às 15h40)
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O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2019 nesta sexta-feira pelos esforços de pacificação que encerraram duas décadas de hostilidade com a Eritreia, inimiga de longa data de seu país.

Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, em Adis Abeba
17/01/2019 REUTERS/Tiksa Negeri
Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, em Adis Abeba 17/01/2019 REUTERS/Tiksa Negeri
Foto: Reuters

Embora o líder mais jovem da África ainda enfrente grandes desafios, após menos de dois anos no poder ele iniciou reformas políticas e econômicas que prometem uma vida melhor para muitos etíopes pobres e restaurou os laços com a Eritreia, que estavam congelados desde a guerra de fronteira de 1998-2000.

"Estou muito comovido e empolgado... também é um prêmio dado à África, dado à Etiópia", disse Abiy Ahmed em um telefonema gravado com o secretário do comitê de premiação que foi publicado na internet.

Abiy estava reunido com o premiê sudanês, Abdalla Hamdok, quando foi informado de que recebeu a honraria, disse a porta-voz de Abiy.

O Comitê do Nobel disse que Abiy recebeu o prêmio pelos "esforços para atingir a paz e a cooperação internacional, e em particular por sua iniciativa decisiva de resolver o conflito de fronteira com a vizinha Eritreia".

O organismo disse que o prêmio visa reconhecer "todos os participantes que trabalham pela paz e pela reconciliação na Etiópia e nas regiões do leste e do nordeste africano".

A notícia da homenagem se espalhou lentamente pelas ruas da capital etíope, Adis Abeba. Bisrat Hadte, um empresário de 45 anos, disse que ficou contente, mas que o governo ainda tem muito a fazer para melhorar a vida cotidiana da nação de cerca de 100 milhões de habitantes.

"O primeiro-ministro também tem que trabalhar para melhorar a economia e reduzir o custo de vida", disse ele à Reuters.

A decisão do Comitê do Nobel pareceu concebida para incentivar o processo de paz, ecoando o Nobel da Paz compartilhado pelos líderes israelense e palestino em 1994 e o de 1993 que reconheceu as ações pela reconciliação na África do Sul, disse Dan Smith, chefe do Instituto Internacional de Pesquisas da Paz de Estocolmo.

"É um caso de querer construir uma intervenção construtiva no processo de paz... para dar influência e encorajamento", disse ele à Reuters.

"O desafio agora é interno para Abiy Ahmed, já que a Etiópia precisa lidar com as consequências da violência de longo prazo, incluindo 3 milhões de deslocados e a necessidade de continuar o processo político".

Abiy era o segundo favorito das casas de apostas, atrás da adolescente sueca Greta Thunberg, que tem se destacado mundialmente por seu ativismo contra as mudanças climáticas.

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