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Prefeita de Roma barra moção para homenagear ícone fascista

14 jun 2018 - 20h22
(atualizado às 20h58)
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A prefeita de Roma, Virginia Raggi, anunciou que não acatará a moção aprovada pela Câmara Municipal para rebatizar uma praça ou uma rua da cidade com o nome de Giorgio Almirante (1914-1988), um dos ícones do fascismo na Itália.

Giorgio Almirante pertencia ao partido de Benito Mussolini
Giorgio Almirante pertencia ao partido de Benito Mussolini
Foto: Ansa / Ansa - Brasil

A decisão foi tomada após Raggi, do Movimento 5 Estrelas (M5S), que apoiara o projeto, se reunir com sua base. "Nenhuma rua de Roma será dedicada a Giorgio Almirante", garantiu. A prefeita ainda promoverá uma moção para proibir que vias públicas homenageiem expoentes do fascismo ou do antissemitismo.

O texto pró-Almirante é de autoria do partido de ultradireita Irmãos da Itália (FDI) e contou com o apoio de outras legendas conservadoras e do próprio M5S, sigla da prefeita Virginia Raggi e que governa o país em coalizão com a Liga.

"Vitória histórica da direita italiana e romana", comemorara o líder do FDI na Câmara Municipal, Fabrizio Ghera. Uma das vereadoras que votaram no projeto é Rachele Mussolini, neta de Benito Mussolini. O Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, abandonou o plenário no momento da votação.

No passado, a comunidade judaica de Roma já havia criticado a hipótese de homenagear Almirante, acusando-o de ter colaborado com ideais de "defesa da raça". Ex-membro do Partido Nacional Fascista (PNF), liderado por Mussolini, Almirante foi deputado da Itália de 1948 a 1988 e secretário do Movimento Social Italiano (MSI), que defendia o ideário do fascismo.

Além disso, foi ministro da Cultura Popular da República Social Italiana (RSI), a "República de Saló", estabelecida pela Alemanha nazista sob um governo fantoche de Mussolini para comandar os territórios da Itália em poder de Berlim.

Em uma entrevista "secreta" feita em 1980, mas divulgada apenas em 2009, Almirante disse que não queria "morrer como fascista" e que acreditava nas instituições e na Constituição da Itália. 

Ansa - Brasil   
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