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Pompeo debate caso Khashoggi com rei saudita; Turquia investiga "materiais tóxicos"

16 out 2018 - 08h28
(atualizado às 09h22)
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O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, se encontrou com o rei Salman, da Arábia Saudita, nesta terça-feira, para debater o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, enquanto a polícia da Turquia se preparava para fazer uma busca na residência do cônsul saudita em Istambul como parte de um inquérito cada vez mais abrangente.

Rei Salman, da Arábia Saudita, recebe secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em Riad 16/10/2018 REUTERS/Leah Millis/Pool
Rei Salman, da Arábia Saudita, recebe secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em Riad 16/10/2018 REUTERS/Leah Millis/Pool
Foto: Reuters

Khashoggi, que mora nos Estados Unidos e é um crítico destacado do príncipe herdeiro da coroa saudita, Mohammed bin Salman, desapareceu depois de entrar no consulado em 2 de outubro. Autoridades turcas disseram acreditar que ele foi assassinado dentro do edifício e que seu corpo foi removido, o que os sauditas negam enfaticamente.

O presidente dos EUA, Donald Trump, que enviou Pompeo a Riad em um momento de tensão nas relações com o aliado essencial, especulou que "assassinos particulares" podem ser responsáveis pelo desaparecimento, depois de conversar com o rei Salman.

Após conversar com o monarca, Pompeo se encontrou com o ministro de Relações Exteriores saudita, Adel al-Jubeir, e jantará com o príncipe Bin Salman. Ele ainda pode ir à Turquia.

De madrugada investigadores criminais turcos entraram pela primeira vez no consulado saudita de Istambul, o último lugar em que Khashoggi foi visto antes de desaparecer, e inspecionaram as dependências durante mais de nove horas, disseram testemunhas da Reuters.

Uma fonte da chancelaria turca disse que a polícia fará mais uma busca no consulado nesta terça-feira, e também na residência do cônsul, o que a televisão turca já havia dito poder ter ligação com o desaparecimento de Khashoggi.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, falando a repórteres no Parlamento, levantou a possibilidade de partes do consulado terem sido pintadas. "A investigação está analisando muitas coisas, como materiais tóxicos e materiais sendo removidos sendo pintados por cima", disse.

O caso provocou revolta internacional contra o maior exportador de petróleo do mundo, e a mídia e executivos anunciaram que vão boicotar uma conferência de investimento na semana que vem realizada no país.

O diretor-executivo do HSBC, John Flint, desistiu do evento nesta terça-feira, assim como os CEOs da Standard Chartered e do Credit Suisse.

Durante a busca inicial no consulado, a rede CNN noticiou na segunda-feira que a Arábia Saudita estava se preparando para admitir a morte de Khashoggi durante um interrogatório mal-sucedido depois de passar uma quinzena negando qualquer papel em seu desaparecimento.

O New York Times, citando uma pessoa a par dos planos sauditas, noticiou que o príncipe herdeiro aprovou um interrogatório ou sequestro de Khashoggi, e que o governo do reino, que não foi possível contactar de imediato para obter comentários, blindará o príncipe culpando uma autoridade de inteligência pela operação fracassada.

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