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Polícia entra em confronto com manifestantes em Beirute

Líbano enfrenta segundo dia de protestos contra o governo desencadeados pela explosão devastadora da última terça-feira

9 ago 2020 - 15h09
(atualizado às 15h32)
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A polícia libanesa lançou bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar manifestantes que jogavam pedras e bloqueavam uma via perto do Parlamento em Beirute neste domingo, em um segundo dia de protestos contra o governo desencadeados pela explosão devastadora da última terça-feira.

O fogo irrompeu em uma entrada para a Praça do Parlamento enquanto os manifestantes tentavam invadir uma área isolada, segundo imagens de TV. Os manifestantes também invadiram os escritórios de ministérios.

Manifestantes participam de protesto pelo segundo dia consecutivo em Beirute
Manifestantes participam de protesto pelo segundo dia consecutivo em Beirute
Foto: Thaier Al-Sudani / REUTERS

A enorme explosão de terça-feira matou 158 pessoas e feriu mais de 6.000, além de destruir partes da cidade, num momento de crise política e econômica, gerando furiosos apelos para que o governo renuncie.

Policiais da tropa de choque entraram em confronto com os manifestantes enquanto milhares de pessoas convergiam para a Praça do Parlamento e para a Praça dos Mártires, disse um correspondente da Reuters.

"Demos a esses líderes tantas chances de nos ajudar e eles sempre falharam. Queremos todos eles fora, especialmente o Hezbollah, porque é uma milícia e apenas intimida as pessoas com suas armas", disse Walid Jamal, um manifestante desempregado, referindo-se ao o grupo armado mais influente do país, apoiado pelo Irã, que tem ministros no governo.

O patriarca cristão maronita, Bechara Boutros al-Rai, disse que o gabinete deveria renunciar, uma vez que não pode "mudar a forma como governa".

"A renúncia de um parlamentar ou ministro não é suficiente... todo o governo deveria renunciar, pois não é capaz de ajudar o país a se recuperar", afirmou em seu sermão de domingo.

A ministra da Informação, Manal Abdel Samad, disse que estava renunciando ao cargo no domingo, citando a explosão e o fracasso do governo em realizar reformas.

Os protestos de sábado foram os maiores desde outubro, quando milhares de pessoas foram às ruas para exigir o fim da corrupção e da má governança.

Cerca de 10.000 pessoas se reuniram na Praça dos Mártires, que foi transformada em uma zona de batalha à noite entre a polícia e os manifestantes, que tentaram romper uma barreira ao longo de uma via que leva ao Parlamento. Alguns manifestantes invadiram ministérios do governo e a Associação de Bancos Libaneses.

Um policial foi morto e a Cruz Vermelha disse que mais de 170 pessoas ficaram feridas.

O primeiro-ministro e a Presidência disseram que 2.750 toneladas de nitrato de amônio altamente explosivo, usado na fabricação de fertilizantes e bombas, foram armazenadas por seis anos sem medidas de segurança no depósito do porto.

O governo diz que punirá os responsáveis.

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