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Polícia de Hong Kong cerca universidade contra manifestantes

Muitos manifestantes, vestidos com roupas normais e sem máscaras, tentaram fugir, mas foram forçados a voltar

18 nov 2019 - 08h52
(atualizado às 09h58)
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A polícia de Hong Kong sitiou uma universidade nesta segunda-feira (18), disparando balas de borracha e gás lacrimogêneo para reprimir manifestantes antigoverno munidos de coquetéis molotov e outras armas e impedi-los de fugir, em meio a temores de uma repressão sangrenta.

Sufocados com o gás lacrimogêneo, dezenas tentaram deixar a Universidade Politécnica rompendo as formações policiais depois de uma noite de caos na cidade sob controle chinês, durante a qual ruas foram interditadas, uma ponte foi incendiada e um policial foi atingido com arco e flecha.

Policial aponta arma para manifestantes que tentavam fugir de universidade durante confronto em Hong Kong
18/11/2019
REUTERS/Thomas Peter
Policial aponta arma para manifestantes que tentavam fugir de universidade durante confronto em Hong Kong 18/11/2019 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

Muitos manifestantes, vestidos com roupas normais e sem máscaras, tentaram fugir, desviando de cilindros de gás lacrimogêneo e granadas de esponja, mas foram forçados a voltar para dentro do campus.

Alguns foram presos e derrubados no chão, enquanto outros corriam e saltavam sobre barricadas e cercas enquanto a polícia lhes apontava armas e desferiam murros.

"A polícia pode não invadir o campus, mas parece que está tentando pegar as pessoas enquanto elas tentam escapar", disse o parlamentar democrata Hui Chi-fung à Reuters.

"Não está nada promissor. Eles podem ser todos presos no campus. Parlamentares e a administração da escola estão tentando contato com a polícia, mas fracassaram".

A polícia disse que agentes foram mobilizados "na periferia" do campus durante uma semana, apelando para que os "arruaceiros" partam.

"Todos nossos alertas foram ignorados", disse a corporação em um comunicado. "Nossa mensagem foi alta e clara, a violência degenerou em tumulto".

Segundo a polícia, "produtos químicos tóxicos e perigosos" foram roubados do laboratório da universidade.

"Precisamos alertar que o campus da universidade se tornou um barril de pólvora onde o perigo está muito além do que podemos estimar", disse a polícia.

A corporação prendeu 154 pessoas de 13 a 54 anos de idade durante o final de semana. Trinta e oito pessoas ficaram feridas na madrugada de domingo, informou a Agência Hospitalar. Testemunhas da Reuters viram alguns manifestantes com queimaduras de produtos químicos lançados por canhões de água da polícia.

Os ativistas estão revoltados com o que veem como uma interferência da China nas liberdades prometidas a Hong Kong quando a ex-colônia britânica voltou ao controle chinês em 1997. Pequim se diz comprometida com a fórmula "um país, dois sistemas".

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