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Polícia da Rússia detém ao menos 400 pessoas em protesto a favor de jornalista em Moscou

12 jun 2019 - 09h24
(atualizado às 12h54)
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A polícia russa deteve ao menos 400 pessoas nesta quarta-feira, incluindo o político de oposição Alexei Navalny, em um protesto em Moscou que pedia punição para os policiais envolvidos em uma suposta incriminação de um jornalista.

Policiais prendem manifestante durante protesto em apoio a jornalista em Moscou
12/06/2019
REUTERS/Maxim Shemetov
Policiais prendem manifestante durante protesto em apoio a jornalista em Moscou 12/06/2019 REUTERS/Maxim Shemetov
Foto: Reuters

A polícia retirou abruptamente acusações relacionadas a drogas feitas na terça-feira contra o jornalista Ivan Golunov, em um raro recuo das autoridades diante da indignação dos apoiadores do repórter, que alegaram que ele foi incriminado devido às suas reportagens.

Golunov, jornalista de 36 anos conhecido por expor a corrupção entre autoridades municipais de Moscou, foi detido pela polícia na quinta-feira e acusado de traficar drogas, uma alegação que negou com veemência.

Mas a maneira enfática como os apoiadores de Golunov disseram que ele foi incriminado e detido desencadeou uma demonstração de união midiática incomum e uma reação atipicamente rápida de autoridades receosas de agitações sociais, em um momento no qual o presidente Vladimir Putin já enfrenta inquietações devido à queda do padrão de vida da população.

As autoridades esperavam que libertar Golunov e assegurar punições para aqueles que supostamente incriminaram o jornalista acalmaria os apoiadores do jornalistas, mas seus colegas decidiram prosseguir com um protesto convocado para esta quarta-feira, feriado nacional na Rússia.

As autoridades alertaram de antemão que a manifestação seria ilegal e poderia colocar a segurança pública em risco.

De acordo com as leis do país, a data e o horário de protestos que envolvam mais de uma pessoa precisam ser acordados previamente com autoridades. Os organizadores do evento desta quarta-feira propuseram que Moscou negociasse esses termos com eles durante uma transmissão ao vivo, o que foi recusado pelas autoridades.

Testemunhas da Reuters disseram que mais de 1 mil pessoas se deslocaram até a região central de Moscou, entoando gritos como "A Rússia será livre", "Rússia sem Putin" e "Abaixo o czar" à medida que a polícia alertava que não infringissem a lei e bloqueava algumas ruas.

Alguns dos manifestantes usavam camisetas brancas dizendo "Eu sou/Nós somos Ivan Golunov", a mesma manchete de primeira página veiculada pelos três principais jornais diários da Rússia na segunda-feira.

Importantes jornalistas e ativistas russos estavam entre muitos dos manifestantes e detidos.

Uma testemunha da Reuters viu ao menos três policiais levarem o político de oposição Alexei Navalny a um caminhão.

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